A Ouvidoria da Câmara de Salvador, em parceria com o Centro de Educação e Cultura Popular (Cecup) e a União de Negros pela Igualdade (Unegro) lançam neste sábado, 14, às 9 horas, num ato ecumênico, no salão nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), uma campanha publicitária para promover o respeito à diversidade religiosa.
Tendo como tema “Respeito às diferenças”, a campanha divulgará por outdoors e chamadas em emissoras de rádio, durante toda a segunda quinzena deste mês, mensagens de figuras importantes da religiosidade baiana. A mobilização marca a comemoração pelo Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro), estabelecido por iniciativa da vereadora Olívia Santana (PCdoB).
Caminho semelhante foi seguido pelo também comunista deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA), cuja lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, instituindo a mesma data como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, e incluindo-a no Calendário Cívico da União.
A campanha faz parte do projeto “Unidos Contra a Intolerância Religiosa”, e conta com o apoio do Governo do Estado, Fundação Cultural Palmares, Ministérios Públicos Estadual (MP-BA) e Federal (MPF-BA) e da agência Objectiva.
Para Olívia, uma das responsáveis pelo projeto, a mobilização cumpre um papel importante na ampliação do debate sobre o tema: “Se o objetivo principal do projeto é provocar a reflexão acerca deste tema entendemos que a veiculação de uma campanha com esta amplitude, expande o alcance do nosso objetivo. A ideia de criarmos um dia municipal e depois nacional de combate à intolerância religiosa é parte deste empenho em fazer com que cada vez mais pessoas reflitam sobre esta questão”.
Caso emblemático
O 21 de janeiro marca a passagem da morte da yalorixá Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda. A líder religiosa passou por uma série de complicações após ter sido atacada pelo jornal Folha Universal, da Igreja Universal do Reino de Deus, em 1999, vindo a falecer no ano seguinte. Na matéria, a yalorixá foi tratada como “charlatã” e “macumbeira”.
Após o ocorrido, a família da vítima encampou uma luta jurídica em busca de punição para os culpados, obtendo êxitos e enfrentando alguns revezes, como a redução do valor inicialmente fixado para a indenização. O caso se tornou um emblema da luta contra a intolerância religiosa.