Cultura

O MUNDO DE OSMUNDO TEIXEIRA NO MUSEU CARLOS COSTA PINTO DIA 1/12

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| 29/11/2011 às 21:48
Expo abre dia 1/dez às 19h no Museu Carlos Costa Pinto
Foto: DIV
   No próximo dia 01 de dezembro, às 19h, será instalada a exposição do artista/escultor Osmundo Teixeira, no Museu Carlos Costa Pinto, e que representou um dos mais significativos trabalhos do ano de 2011 para as produtoras Déa Márcia Federico e Tanira Fontoura.

   Inegável importância dentro do cenário artístico baiano, Osmundo Teixeira reúne técnica e sensibilidade estética para produzir suas peças em cerâmica, compondo um acervo fantástico e extremamente representativo, no que concerne a arte popular e as nuances da religiosidade.

   A presente proposta consiste na exposição individual do artista na Bahia, sendo uma oportunidade particularizada de contato entre público e obra, onde o espectador será sensibilizado a perceber a arte como um espelho, uma verdade construída a partir de realidades, traços, matizes, temáticas e intenções.

  O potencial de Osmundo Teixeira não está apenas no seu brilhantismo como artista, sua técnica e estilo, mas na humanização da arte no momento em que retratou a cultura popular e revelou parte de nossas tradições e sua beleza para seu próprio povo.

   Jorge Amado, em suas brilhantes avaliações, após conhecer o trabalho de Osmundo Teixeira lega, em texto, a importância do artista para nossa terra: "Maribeau Sampaio, escultor de Cristos e Madonas, pintor de santos, importante artista da grande geração que renovou a arte baiana, Carlos Bastos, Carybé, Jenner, Mário Cravo, Genaro de Carvalho, reuniu, no correr de muitos anos, uma das maiores e melhores coleções de imaginária do país. Acima de quinhentas peças, cada qual mais valiosa.

   Envaidecia-se de possuir algumas peças de Frei Agostinho da Piedade, sendo que uma delas assinada: uma das quatro únicas assinadas pelo grande santeiro do século XVII. 
  

    Divertia-se colocando ao lado das imagens originais de Frei Agostinho, santos modelados por um ceramista contemporâneo, Osmundo Teixeira. Desejava que viéssemos e sentíssemos a herança transmitida pelo monge beneditino ao moço grapiúna. Não é que as peças se assemelhassem. Mais do que isso, elas tinham a mesma força de beleza e transmitiam idêntica emoção: as santas do século XVII e as de hoje possuem uma graça, uma ternura, uma condição brasileira, que lhes dão singularidade própria, que as diferenciam de todas as demais.
   
   Frei Osmundo de Tabocas, assim Mirabeau denominava o santeiro itabunense, pois Tabocas foi o nome primitivo da cidade. Quem primeiro me falou desse artista que é meu conterrâneo, pois eu também sou nascido em Itabuna, não foi, como se poderia pensar, nem o colecionador Moysés Alves, tampouco Raymundo Sá Barreto que sabe tudo sobre letras e as artes grapiúnas, foi o jornalista português, doutor Nuno Lima de Carvalho, que seleciona os artistas que expõem na galeria do Cassino Estoril, uma das mais categorizadas de Portugal.

   Íntimo, ele também, da melhor imaginária, deixou-se seduzir pela arte de Osmundo e a fez conhecida do público europeu.  Em verdade, antes de ser um nome admirado e respeitado no Brasil, o moço de Itabuna mereceu os aplausos da melhor crítica da Península Ibérica".