Cultura

BIENAL DO LIVRO É UM ALENTO AO MERCADO "MORTO" DA LITERATURA BAIANA

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| 14/10/2011 às 11:19
Secult, FAGA e Fundação Pedro Calmon no lançamento da Bienal
Foto: ASCOM

A programação cultural da Bienal do Livro da Bahia 2011 foi anunciada nesta semana, no Palácio Rio Branco, pelo Secretário de Cultura do estado da Bahia, Albino Rubim. O evento desse ano, que homenageia Jorge Amado, terá 380 expositores e uma boa expectativa de visitantes. Desse número, espera-se que, em média, 50 mil sejam estudantes, entre 7 e 14 anos. Vale ressaltar que o programa de Visitação Escolar possibilita que os alunos de escolas inscritas tenham acesso à Bienal do Livro gratuitamente.


Rubim destacou que a Secretaria de Cultura da Bahia (Secult) tem bastante interesse na realização dessa comemoração da literatura, por conta da Política do Livro e Leitura do estado, levada à frente pela Fundação Pedro Calmon. "A Bienal é muito importante para essa nossa nova política", afirmou. O Plano Estadual do Livro e Leitura será reforçado com a Bienal "já que esse é o momento em que a opinião pública estará mobilizada para a questão do Livro e Leitura incentivando, também, as discussões sobre a literatura do estado", finalizou o secretário.


Segundo Ubiratan Castro, diretor geral da Fundação Pedro Calmon, a Bienal é uma das melhores ocasiões para incentivar a formação literária da cidade. "Em todos esses anos de realização da Bienal, já passaram mais de um milhão e 500 mil pessoas por lá, sendo elas estudantes, professores e populares", acrescentou. 


Em 2011, serão disponibilizados cerca de quatro mil vale-livros para estudantes da região metropolitana de Salvador. "Importa para o estudante a questão da letra e a consolidação dos espaços de leitura dentro das suas próprias casas. Os vale-livros servem para encorpar a biblioteca pessoal de estudantes e professores", pontuou Nildon Pitombo, assessor especial do gabinete da Secretaria da Educação do estado da Bahia, também presente na mesa de lançamento da 10ª Bienal do Livro.


Além disso, esse grande evento literário também tem o papel político de apoiar, incentivar e dar visibilidade aos autores baianos. "Temos o desejo de dar um suporte para as editoras regionais", enfatizou Ubiratan Castro. A programação da Bienal recebe um acréscimo importante com a realização do 4° Fórum de Livro e Leitura. O objetivo é que a Secult da Bahia possa intercambiar experiências e desenvolver projetos em conjunto com outras secretarias de cultura do Nordeste brasileiro.


O diretor geral da Fagga | GL Exhibitions, Gabriel Palumbo, realçou que o principal protagonista nesses dez dias de evento é o livro, "um dos grandes responsáveis pelo registro da nossa cultura". Já Tatiana Zaccaro, gerente geral da Bienal, acredita que o papel indispensável da Bienal é a valorização da diversidade da literatura nacional. "Durante dez dias colocamos as discussões sobre literatura no cotidiano das pessoas: crianças, jovens e adultos", completou. 


A programação dos espaços está cheia de novidades e propõe ainda mais interação do público com o universo dos livros. O "Café Literário" promete bate-papos descontraídos e intimistas com os autores programados para o espaço. "Nas 17 sessões queremos consolidar um local descontraído, mas com muita densidade cultural", explicou Carlos Ribeiro, curador do Café. Ele ainda enfatiza que a presença de mediadores com um conhecimento específico sobre cada tema debatido nas mesas facilita o melhor aproveitamento das informações pelo público.


A "Praça de Cordel e Poesia" trará saraus de poesia e a presença de cordelistas mostrando o folclore local, segundo José Inácio Vieira Melo, o curador do espaço. "Serão 83 poetas, contemplando os vários territórios identitários da Bahia, como o Oeste, Jequié, Feira de Santana, etc.", completou Melo. A liberdade é a marca das apresentações: uns cantam, outros fazem performances e levam instrumentos, enquanto alguns preferem o intimismo e contam apenas com a sua voz como aliado.


Uma das maiores novidades é o "Livro Encenado", que trará relevantes nomes do teatro baiano, como Yumara Rodrigues, Luis Miranda e Harildo Déda, fazendo leituras dramatizadas de clássicos da literatura nacional, como Jorge Amado, Clarice Lispector e Machado de Assis. O objetivo é que o público fique cada vez mais próximo desse tipo de produção literária, mas a absorva de uma forma diferenciada. A atividade infantil é a "Ciranda de Livros" e objetiva despertar o interesse da leitura nas crianças. Os pequenos vão conferir sessões de contação de histórias feitas pela "Outra Companhia de Teatro", grupo residente do Teatro Vila Velha.