Debutando duplamente na direção e na dramaturgia, o ator Jarbas Olíver, conhecido do público pelos papeis em Siricotico: Uma comédia do Balacobaco, As Aventuras do Maluco Beleza e A vida de Galileu optou por abordar um tema contemporâneo: a falta de compreensão na convivência entre as pessoas. "A intolerância rege o espetáculo, é o que desemboca na solidão do personagem", explica Olíver.
Resignado por não trabalhar e sem grandes perspectivas de futuro, ele ocupa os dias anotando a rotina dos moradores do prédio com o intuito de lançar um jornal impondo normas de comportamento àqueles que precisam "Tomar Jeito de Gente", ou seja, ser disciplinados. "O conflito interior dele revela seus princípios e preconceitos, transformando a solidão na sua única e fiel companhia", afirma Fagundes. De acordo com o diretor, o personagem se considera na claridade e vê os outros na escuridão.
Rabugento e frustrado, o ditador da conduta alheia cresceu numa família econômica em afeto e esbanjadora na repressão da sua liberdade. Por isso, ele passou parte da vida ouvindo constantemente a expressão "Tomar Jeito de Gente", e agora a repete às outras pessoas para recriminar o comportamento que considera fora do padrão. "Ele vive para cuidar da vida dos outros", resume o intérprete. Mas pelo visto se esqueceu da sua.
Serviço:
Quando: 7, 8, 9,14, 15, 16/10 (sexta a domingo)
Horário: 20 horas
Onde: Teatro Xisto Bahia
Valor: R$10 (inteiro) e R$5 (meia)
Classificação: 10 anos