Cultura

DIÁLOGO ENTRE A ARTE E A MODA TEM EXPO NO INSTITUTO FEMININO DA BAHIA

VIDE
| 12/09/2011 às 11:00
   Vencedor de edital da Funceb, o projeto "TRAMAS, TRAMAS E TRAMAS - UM DIÁLOGO ENTRE ARTE E MODA" tem exposição de abertura no próximo dia 22, na Fundação Instituto Feminino da Bahia - Museu do Traje e do Têxtil, às 19 h, permancendo em cartaz até 23 de março de 2012 (06 meses).


  O projeto tem como objeto a montagem de uma exposição a partir de produções de artistas plásticos, designers e estilista, muitos deles membros da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia e reconhecidamente notáveis em suas áreas de atuação, tais como: Viga Gordilho, Márcia Ganem, Ana Fraga, Giovana Dantas, Áurea Madeira, Mili Genestreti, Ayrson Heráclito, Maristela Ribeiro, Tinna Pimentel e Ana Magalhães.

Os artistas apresentarão obras dentro do seu universo de trabalho e que dialoguem com o acervo do Museu do Traje e do Têxtil, ambos funcionando dentro da Fundação Instituto Feminino da Bahia (FIFB). Serão peças como indumentária, esculturas, instalações, em materiais e técnicas diversas, dentro de estilos particularizados e que criem uma oportunidade para o público ter acesso a trabalhos que são um elo de ligação entre arte, moda, cultura e educação, num princípio de acessibilidade tanto institucional como de conhecimento através da mostra.

FUNDAÇÃO

Geral: Realizar uma mostra expositiva a partir de produções artísticas baianas, no contexto das artes plásticas e visuais, tendo como enfoque o diálogo entre as obras dos artistas e o acervo dos museus pertencentes à estrutura da Fundação Instituto Feminino da Bahia, no tocante ao universo da indumentária e da moda;

Específicos:

- Evidenciar as produções baianas no contexto da contemporaneidade da arte;

- Ressaltar a importância da contribuição dada pelo acervo da Fundação Instituto Feminino da Bahia como fomentador de ações sócio-educativas e culturais, sempre abrindo as portas para trabalhos de amplitude diversa;

- Apresentar noções criativas tão bem incorporadas ao ambiente múltiplo e eclético do mundo das artes e os desdobramentos da indumentária e da moda nesse eixo;

- Valorizar mais uma vez a arte como fonte e propagação de conhecimento;

- Ampliar o universo de acesso e de entendimento do público no momento em que se proporciona interação com um trabalho desse porte;

- Promover o intercâmbio, mostrando a relação direta do acervo com a produção de renomados artistas do Estado, e sua significância para o público visitante;


Justificativa:

O que seria d

o homem sem a arte? A arte e a cultura socializam e humanizam o ser. Arte: da pintura a gravura, do desenho a ilustração, do figurino ao cenário, do painel a cerâmica, do mosaico ao concreto,  há uma interação, uma complementariedade. Algo os une por definitivo: definem o tempo e a história dos indivíduos. A paixão pela arte e pela preservação da história da arte é algo que remonta os primórdios da humanidade, e que levam a empreender estudos e trabalhos visando à preservação da memória e o estabelecimento de condições para que as comunidades tanto locais como científicas passem a se preocupar com esse patrimônio e visitar os espaços e conhecer os acervos. As representações gráficas deixadas por nômades e sedentários de diversas regiões desde períodos remotos de nossa formação social, são verdadeiras marcas que refletem o caráter produtivo do homem desde os tempos antigos e estabelecem um contexto de difusão de conhecimentos específicos de arte, ratificando a idéia de que o homem, mesmo antes da linguagem, já produzia elementos de arte, dando valiosa pista sobre a fundamentação de sua cultura e de sua crença. Uma prova disso é que prospecções de arqueólogos feitas em territórios asiáticos, europeus e africanos, revelam que entre os povos "primitivos", sejam caçadores e coletores, estão os primeiros artistas, pois pintavam, esculpiam e gravavam, demonstrando a vontade de expressar aquilo que era inerente a sua vida. Pinturas vibrantes, que causaram impressão a estudiosos imitando a natureza com total realismo, mostram, hoje, que foram as cavernas e grutas os primeiros museus da humanidade.

A ampliação desse universo aconteceu e a atualidade mostra a criação, implantação e difusão, cada vez mais, de instituições que detêm acervos de toda espécie. E, a história da Bahia, com todos os seus fatos e acontecimentos importantes, pode ser considerada privilegiada em termos de memória cultural.


O projeto Tramas, Tramas e Tramas, insere-se nesse contexto, apresentando profissionais da arte com relevante produção, numa perspectiva contemporânea de mostra artística, com trabalhos inusitados em termos de indumentária e objetos.

Empreender projetos em espaços museais, principalmente, exposições e mostras, é uma constante tentativa de mostrar que as instituições culturais particulares também se configuram em "lugar de memória", principalmente no sentido da reflexão sobre a maneira como esses são interpretados, assim como funcionam como caminho para discussões de problemas histórico-artísticos, não se constituindo apenas numa reserva estática.


A partir desse fato, a descoberta da relação entre a linha desenvolvida pelos artistas envolvidos com o projeto em questão e uma instituição como a Fundação Instituto Feminino da Bahia, que representa o "Museu da Sociedade Baiana" tendo um vínculo com a memória da Cidade, levou a uma combinação perfeita para a realização do projeto "Tramas, Tramas e Tramas".

completa

A Fundação Instituto Feminino da Bahia é uma instituição completa e com isso foi selecionada para esse trabalho, pois possui acervos riquíssimos em termos de conteúdo histórico e que vão dialogar com a produção contemporânea dos artistas envolvidos nesse projeto. Além disso, a missão da Fundação é "Educar e Instruir sobre todos os aspectos", estando consciente de sua função cultural e educativa e por isso, seu papel em termos de responsabilidade social. Outro fato é que, na demanda de pretensões, essa Instituição possui uma macro-estrutura organizacional propícia para abrigar o trabalho dos artistas, com áreas ampliadas e tratadas museograficamente, unidades e espaços para programações interativas, corpo de funcionários para atender as questões internas a nível de serviços, sistemas informatizados, equipamentos modernos de segurança, laboratório de higienização de acervo, dentre outros.

A exposição Tramas, Tramas e Tramas se encaixa nesse universo, tendo na moda um novo segmento no campo das artes e que tem uma linguagem em potencial, pois facilita o público em termos de entendimento da história, dos fatos, das produções e das intenções, pois consegue traçar e mostrar um diagnóstico de tempo, de época, de mentalidade. O trabalho transpõe a composição de uma obra acadêmica e informativa, é um chamado à sensibilização, pois ter acesso às informações e imagens registradas e exibidas, e as conclusões e prospecções feitas pelos artistas são um testemunho de que há uma forte lição de que é preciso conhecer a nossa história, e assim criar mecanismos de reconhecer, preservar e incentivar as produções locais. Fato esse que justifica concorrer a um edital desse porte e conseguir recursos públicos para realização.