Cultura

NOITE DE CULTURA POPULAR NO PELÔ COM TUNA DE MEDICINA E LUIS CALDAS

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| 08/09/2011 às 07:18
Apresentação de Tuna de Medicina e Luis Caldas
Foto: Carol Garcia

As músicas eruditas e as populares foram as grandes atrações da noite na programação do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), na última terça-feira (06.09). Os Largos Pedro Archanjo, Tereza Batista e  Quincas Berro d'Água se transformaram em verdadeiros caldeirões de  cultura, cada um adotando um estilo, mas que no contexto do Centro  Histórico, teve a diversidade como principal ingrediente da  programação. A tentativa do CCPI, por meio do Pelourinho Cultural, é de abraçar toda iniciativa que promova a diversidade e a valorização cultural na Bahia.


Uma das grandes surpresas da noite foi a atração internacional Tuna de Medicina da Universidade da Cidade do Porto, de Portugal, que mostrou ao público convidado um pouco da cultura lusitana. Essa foi a primeira apresentação da agenda noturna que, na ocasião, lançou o projeto Tributo à Lusofonia, que fez uma homenagem ao versátil músico Luiz Caldas. Visivelmente emocionado, L

uiz se disse honrado. "É muito bom ser lembrado por jovens tão talentosos e cheios de vida. A notícia da  celebração foi recebida por mim com muita satisfação. Só tenho que agradecer", diz. O envolvente grupo - composto por 25 rapazes portuenses, entoou canções em homenagem ao amor, falando de conquistas  e celebrou a sua cultura. Apresentações performáticas de danças completavam a programação acompanhada de muito fado - estilo musical genuinamente português.

O grupo existe desde 1951 e, desde então, leva a cultura lusitana aos quatro cantos do mundo. Luiz Caldas, o homenageado da noite, iniciou sua apresentação com a música Deus e conclamou a plateia a cantar junto. A noite contou com o esperado cantor António Zambujo.
 
O João Gilberto português, como é conhecido, mostrou as razões que o fez merecer este status. Bastava ouvir a afinação perfeita dos instrumentos, da voz macia e letras que ressaltavam o amor e suas adversidades para entender. Daí se constatou que a comparação com o referencial da Bossa Nova não era à toa. É a primeira vez que o cantor de Música Popular Portuguesa vem a Salvador. Para ele estar aqui é uma satisfação muito grande.
 
"Espero que com a minha música, eu possa realmente aproximar ainda mais Portugal do Brasil. Que as pessoas sintam prazer ao me ouvir cantar. É uma pena não ter vindo antes, mas agora que estou aqui, no centro antigo de Salvador, transformarei esse largo em um pedaço da Cidade do Porto", diz. A estudante de Artes Cênicas Verônica Santiago disse estar emocionada e sentia-se privilegiada. "Foi bom estar aqui. Passava por acaso quando resolvi entrar e tive essa grata surpresa. Estou feliz em saber o que Centro Histórico possui esse tipo de programação cultural", pontua.


Paralelo ao evento internacional da noite, no Largo Pedro Archanjo, se ouvia um ritmo tipicamente brasileiro. O som da sanfona e da zabumba dava vida ao forró pé de serra do grupo Bando Velho Chico. A atração reuniu baianos e turistas que quiseram arrastar o pé. O operador de  telemarketing, Carlos Oliveira Dias, que assistia ao show, explica que  já havia passado nos outros largos. "Vim do Largo Tereza Batista, onde ouvi um pouco dos portugueses. Agora estou aqui no Forró, acho que tem  mais a minha cara. Mas é muito bom escolher", explica.


Afro Batá - O Largo Quincas Berro d´Água ficou pequeno para a energia da banda Afro Batá. O público se apertou para assistir ao ensaio do grupo e mostrou que, realmente, aquela noite no Centro Histórico contemplava todas as preferências musicais, reafirmando a intenção do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) de dar especial atenção à diversidade cultural nos espaços do Pelourinho.

O estilo Afro Batá de ser, com influências cubanas acompanhadas das batidas de percussão afro, fez o público vibrar. Este foi o primeiro ensaio que leva o nome de projeto "Afro Batá passeando pelos Largos de Amado". Eles promoverão uma série de apresentações que circulará os largos que têm os nomes dos famosos personagens dos livros do escritor baiano que completaria 100 anos em 2012.

"Estamos muito felizes em fazer essa homenagem, mais que justa aquele que levou à Bahia de forma tão forte e inteligente para o mundo", pontua Açúcar Portela, um dos vocalistas do grupo.  A noite contou com convidados especiais como Afro Jhô e Gal do Beco. Esta última se apresentará hoje (07), às 20h, no próprio Quincas.