Cultura

40 ANOS DE CARREIRA E FRICOTE COM LUIZ CALDAS NO TCA, POR CÉSAR RASEC

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| 28/08/2011 às 11:01
Em Música Falada, Luiz Caldas, dia 30, no TCA
Foto: DIV
 

O palco do teatro Castro Alves receberá no dia 30 deste mês de agosto um dos grandes nomes da música brasileira. Luiz Caldas estará contando para Andrezão, Jonga e Fernando Guerreiro, mediadores e criadores do Projeto Música Falada, as suas andanças pelos cantos e recantos deste mundão de Deus e tendo como fiel companheiro o violão.


Em meados dos anos de 1980, precisamente em 1985, por conta do estrondoso sucesso de Fricote, Luiz Caldas apresentou para o Brasil o que viria a ser chamado pela mídia de Axé Music, sendo, desde então, principal ícone do que viria a ser "gênero" musical. Para Luiz Caldas, "Axé Music é democracia musical".

Sua história de vida pode ser conferida nestas linhas seguintes. Vejamos. Natural de Feira de Santana e infância em Vitória da Conquista, Luiz começou cedo na música. Aos sete anos fez a primeira incursão em banda mirim e não parou mais. Estreou em show imitando Michael Jackson, então integrante do grupo Jackson Five, e após a apresentação teve a certeza que seria artista da música, como de fato veio a ser.

Na adolescência, como um andarilho em busca de realizações, integrou dezenas de bandas de bailes que atuavam no interior baiano.

Foi a fase marcada por experimentalismo, amadurecimento como multiinstrumentista e construção de uma base musical das mais sólidas e que culminou com a criação da Axé Music.

 

Trio Tapajós


Jovem e talentoso, notabilizando-se como multiinstrumentista versátil, foi convidado para tocar no Trio Elétrico Tapajós, de Orlando Campos, estreando oficialmente num disco do Tapajós com a canção Oxumalá, grava em 1979 e lançada no ano seguinte. A canção já trazia no arranjo os genes sonoros da Axé Music.

Ainda no Tapajós, criou a banda Acordes Verdes, pois sentia a necessidade de fazer um som diferente e investir ainda mais na carreira solo. Rapidamente ganhou espaço no cenário musical de Salvador, atuando no estúdio de Wesley Rangel (WR), se apresentando no Circo Troca de Segredos e tocando em agremiações de Carnaval, como o Bloco Beijo.


Com o disco Magia, lançado em 1985, mostrou para o Brasil a força de sua música, batizada então de Axé Music. Fricote, também conhecida por Nega do Cabelo Duro, parceria com Paulinho de Camafeu, estourou nas rádios brasileiras. Criador dessa sonoridade híbrida maturada nas bandas de baile, Luiz Caldas abriu as portas para os novos artistas baianos que queriam fazer a mesma sonoridade. Os muitos seguidores ganharam voos próprios e estão aí fazendo sucesso.

Passou pelo bloco Camaleão, se tornou figura carimbada no programa Cassino do Chacrinha, virou capa da Revista Veja (1987), emplacou a canção Tieta, na novela homônima da Rede Globo, e registrou recorde sobre recorde em vendagens de discos nos anos de 1980, numa época sem internet para alavancar a imagem.

Com tanta explosão de criatividade, fez com este que vos escreve o CD Melosofia, em homenagem a 10 filósofos, e recentemente, assinando todas as canções, lançou 130 músicas inéditas e em vários estilos, transitando com desenvoltura pelo mundo do rock, forró, MPB, instrumental de violão, samba, superpopular, trio elétrico tradicional, Axé Music e em língua tupi. Nesta época, conheceu o amigo André Abujamra, ficando parceiro em vários projetos musicais.


Atualmente, trabalha em mais 12 discos temáticos, também com canções inéditas, totalizando mais 120 novas músicas. "Posso ser resumido como uma pessoa da música universal e sem fronteiras".


Dentre as ações sociais, tem participado de campanhas governamentais e atividades afins, como Natal Sem Fome, Acessibilidade, palestra em presídio e palestra educativa junto a estudantes de escolas públicas.


Homenagem nos EUA


Por ter criado a Axé Music, Luiz Caldas recebeu nos Estados Unidos, em Miami, em evento no Broward Center For The Performing Arts de Fort Lauderdale, o Lifetime Achievement Award 2010, na 13ª edição anual do Brazilian Internacional Press Award.

Também foram homenageados nos EUA o ator Antonio Fagundes, o jornalista Caco Barcellos, o ator comediante Nélson Freitas, o maestro João Carlos Martins, o publicitário Washington Olivetto, dentre outros brasileiros que fazem sucesso no mundo.
 

Além do prêmio - idealizado e realizado com brilhantismo pelo atuante comunicador e empreendedor Carlos Borges -, Luiz integrou a mesa de debate do painel Exportando Música Brasileira, atividade que integrou o 5º Focus Brazil.


Ainda em Miami, fez participação especial no Brazilian Day, cantando com Cláudia Leitte para um público estimado em mais de 75 mil pessoas.


Neste ano de 2011, completou 40 anos de carreira artística, celebrado no Carnaval de Salvador e durante os shows pelo resto do Brasil.