Cultura

2 DE JULHO: A BAIANIDADE SE MOSTRA COM TODA FORÇA NAS RUAS DA CIDADE

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| 02/07/2011 às 16:28
Maestro Reginaldo de Xangô durante o cortejo ao 2 de Julho
Foto: BJÁ
  A baianidade é uma das marcas no desfile ao 2 de Julho. É durante esta festa da cultura popular baiana que se vê com maior intensidade essa baianidade, a mestiçagem e um desfile de figuras populares que são a cara da Bahia.

   Neste 2011, o povo não foi como nos anos anteriores, mas, ainda assim, vimos alguns personagens que representam essa Bahia mestiça e plural.

  Teve uma mulher do grupo das "Mulheres Vadias" que me confidenciou, ao longo do desfile, que Jorge Amado "derrubou a mulher baiana".

  Segundo sua ótica, Amado menosprezou a mulher baiana em sua literatura, colocando-a numa posição de inferioridade. Mais correto é de se dizer que JA escreveu sobre uma época em que a mulher não tinha esses espaços conquistados nos dias atuais.

   E as mulheres foram destaques no 2 de Julho. Além da Banda Didá outras bandas e filarmônicas só de mulheres desfilaram no cortejo. Como também tinha banda só de homens como a Filarmônica Amantes da Lira e o grupo de Capoeira João D'Barro. Tinha clubes do Bolinha e da Luluzinha. E os grupos mistos, como a Filarmônica de Ibipeba.

  Houve uma predominância enorme de gays à frente de evoluções das fanfarras fazendo acobracias e outros movimentos. Henrique, o bailarino da Famuita, do Rio Sena, em Salvador, deu um show no Largo do Pelourinho. E quanto mais foram os aplausos, mais Henrique mostrava toda sua performance.

  Na festa do povo, também muitos personagens com batas nagôs e cabelos trançados, além do despojamento natural dos baianos, com seus trajes de verão em pleno "inverno". Teve até gente de botas canos-longos e outras de casacos de lãs. Mas, a chuva desta feita falhou. 

  A "velha esquerda" festiva ocupou os bares da Rua Laranjeiras após o desfile e tomou todas, como em tempos idos. A turma tá de cabelos brancos, mas, fiel ao "vrido".

  Encontrei o sociólgo Joviniano Neto, conduzindo cartaz de protesto no grupo do Comitê Baiano pela Verdade. Faz parte da baianidade. Mais adiante estava Paulo Axé com o grupo "SOS Pelourinho". Ornamentava um caixão como símbolo da morte do Pelourinho no governo Wagner, O defunto simbólico do enterro é conhecido.

  A baianidade à flor da pele neste 2 de Julho.