Cultura

SAMBA JUNINO PEDE PASSAGEM AOS GESTORES PÚBLICOS

Veja
| 19/05/2011 às 23:28
Para quem pensa que só o forró tem vez no são joão
Foto: Divulgação
Por Marivaldo Filho 


A fim de elaborar políticas públicas que contemplem os grupos de samba duro junino, uma audiência pública foi realizada no Centro de Cultura da Câmara, na noite desta quinta-feira (19). A vereadora Olívia Santana (PCdoB), idealizadora do evento, cobrou diretamente aos representantes da Fundação Gregório de Mattos (FGM) e da Empresa Salvador Turismo (Saltur), presentes no encontro, mais apoio para o movimento popular.

"Nós queremos que seja feito um planejamento por parte da Prefeitura de Salvador e que políticas públicas sejam adotadas. Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé. O secretário de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, já nos deu uma sinalização positiva. Queremos que este compromisso também seja assumido pela Prefeitura, que deve se preparar nessa época do ano para as festas juninas, já incluindo o São João das comunidades", declarou Olívia.

Os representantes dos grupos de samba junino tiveram voz, durante o debate público. O papel social que o movimento exerce nas comunidades menos favorecidas foi destacado pelas lideranças que também o apoio dado para a cultura na cidade. "Precisamos acabar com a invisibilidade do samba duro junino", afirmou Joselita Sacramento, presidente da Federação de Samba Junino.

A assessora-chefe da FGM, Gildete Ferreira, e o representante da Saltur, Pedro Silva, questionaram a organização dos grupos e declararam que seria complicado garimpar recursos para este ano por causa do pouco tempo até os festejos juninos.

A resposta não satisfez nem os grupos de samba junino e nem, muito menos, a vereadora Olívia Santana, que voltou a cobrar um compromisso por parte da Prefeitura. "Os grupos de samba duro hoje são organizados. Não queremos que nossos artistas fiquem com um pires na mão pedindo esmolas. Precisamos é que a mínima estrutura seja disponibilizada para que os grupos tenham condições de se apresentar para as suas comunidades. São João não é somente forró. O município tem a obrigação de apoiar a cultura popular dessas comunidades", defendeu.

Gildete Ferreira cedeu, prometeu fazer de tudo para ajudar o movimento, mas destacou a necessidade de instalar o Fundo Municipal da Cultura para que a Fundação Gregório de Mattos não dependa exclusivamente da Secretaria da Fazenda para arrecadar recursos. "Não somos nós que assinamos a liberação da verba, mas vamos lutar, solicitar e acompanhar para que seja feito o possível e esses grupos sejam contemplados", garantiu a representante da FGM.

Diretora de Assuntos Culturais do Ipac, Simone Reis, também se comprometeu em dar apoio ao movimento do samba junino no São João do Pelourinho e sugeriu que seja feita "uma construção coletiva dessa importante manifestação para os agentes da cultura".


Infraestrutura

Os representantes da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesp), Joel Santana, e da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom), Izabela Aragão, ouviram as reivindicações dos grupos populares e também prometeram auxiliar no que for preciso para dar as condições necessárias para que o movimento do samba junino faça as suas apresentações. "Para isso, é necessário que os grupos se unam e oficializem o pedido das licenças", afirmou Joel Santana.

A garantia do policiamento foi dada pelo tenente-coronel Jarbas, do Comando Geral da Polícia Militar. "Já tínhamos feito um planejamento para o São João da capital e do interior, mas vamos refazer para contemplar o samba junino", prometeu.