Cultura

"QUE MAIS POSSO QUERER" DECEPCIONA PELA ABORDAGEM, POR DIOGO BERNI

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| 26/04/2011 às 07:26
Cinema: Que mais posso querer, do italiano Silvio Soldini
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   Mais uma vez, não diria que me decepcionei, nem tanto magoei, mas, sobretudo tenho de admitir que os valores do cinema, ainda em pleno século XXI, anda a passos de tartaruga, e daquelas bem lentas, escreva-se de passagem ou comentem de passagem como alguns amigos preferem.

  A "indignação" dessa vez foi com o filme: Que mais posso querer, 2010, de Silvio Soldini. Em língua italiana a película mostra um roteiro até "ärrumadinho", que consegue prender a bunda da poltrona em duas horas, sem a necessidade de ficar vendo que horas falta pra acabar; ao contrário dos "holiwwodianos", que geralmente me acontece nos primeiros 30 minutos.

 O enredo da película italiana é muito comum: uma mulher que tem um marido obeso, relapso e frio no sentido sexual; e então por isso também passa a ter um romance com um dos seus colegas de trabalho.

  Com o decorrer do filme, ela se apaixona e ele supostamente em maior parte "peliculiana" corresponde a essa paixão ardente e porque não digamos: carente. Os dois são casados e tem filhos, e pra não fugir do politicamente correto aos moldes da igreja e da sociedade, um grande paixão não acaba se concretizando pelo fato do medo que as pessoas têm em perder as "suas seguranças" pré-estabelecidas pela religião e sociedade, e não vice-versa.

  Ou seja: sociedade em primeiro e religião em segundo grau de importância; pois nesse caso a ordem dos fatores alteram de forma acintosa o produto desde que Jesus Cristo, o grande marqueteiro entrou na parada.

  "Filmes são bons quando os temas são simples" Frase do José Wilker, ator e especialista em cinema. Na época que li essa frase dele tive somente a impressão que ele tinha razão e hoje admito que o Wilker tenha total razão em afirmar essa verdade simples.

  Por exemplo: os melhores filmes a serem assistidos, no sentido de terem um roteiro bom, ultimamente saem geralmente de países como Albânia, Ucrânia e assim por diante. Os roteiristas desses países sem tradições para a sétima arte estão tomando conta da cena de películas interessantes e com conteúdo, enquanto Holiwoody não consegue mais se reinventar, sempre com tipos batidos como são as comédias românticas, que cá entre nós, já estão fora de moda.

  Mas voltando a falar de qualidade e principalmente de conteúdo, esses novos diretores e roteiristas na faixa do leste europeu estão dando um banho de como fazer cinema simples e bom, por justamente pegarem estórias que podem acontecer com qualquer a qualquer situação ou hora.

  Ou por fazer um filme com um roteiro "rotineiro", que pode ser novo para o cinema, por exemplo, assisti um filme albanês que conta a estória de dois vizinhos que ajudam a um outro vizinho a tirar um piano de seu apartamento no terceiro andar.

   Somente com esse, aparentemente pífio enredo, o cara faz um filmaço, com traços importantes que mexe com a sensibilidade humana, através;veja: de uma cena totalmente cotidiana. Nesse filme, do qual não lembro o titulo (mas sei que foi premiado como melhor filme e direção no festival de 2010 da Albânia ), o roteirista  diretor abordou temas como: individualismo, solidão ,

  "Start" para mudança de vida ou de postura diante da vida, espiritualidade, amizade, coragem, medo, solidariedade.