Cultura

FERNANDO VITA LANÇA "CARTAS ANÔNIMAS" NA LIVRARIA SARAIVA, DIA 29

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| 14/03/2011 às 17:08
"Cartas Anônimas" mexem com a vida de Todavia por um certo senhor Sedutor
Foto: DIV

Todavia é uma pequena e desimportante cidade encravada no Recôncavo da Bahia. Nela vive uma gente eternamente acomodada ao dia-a-dia medíocre do lugarejo, e que se faz notar, apenas e tão somente, por um comportamento estranhamente singular: a incrível capacidade de produzir e enviar cartas anônimas, às vezes ricas em humor, outras prenhes de virulência e maldade, semeando a futrica, desnudando segredos, destruindo reputações, construindo um universo surreal e único em que tudo se dá sob o breu das portas.

CARTAS ANÔNIMAS tenta reconstruir esse universo ficcional de forma bem humorada, a partir do momento em que um apaixonado todaviano, que se autonomina O Sedutor, apropria-se de um poema de Olavo Bilac como se seu fosse para, via carta anônima, conquistar o coração de uma bela e jovem viúva, a por todos desejada Boneca.

A imensa teia de íntimos segredos revelados e de emoções guardadas por anos a fio e agora trazidas a público envolve Todavia e sua gente num verdadeiro labirinto epistolar anônimo e sustenta o romance, nascido da visão solitária de um observador, ele próprio autor e ator na história.


Ao mesmo tempo em que vai expondo o passado e o presente de Todavia com a meticulosidade de atento historiador, o narrador, enclausurado num imaginário espaço a que ele mesmo chama de Do meu cantinho, vale-se de velhos cadernos de anotações e de outros guardados para desfiar as suas próprias memórias, enquanto em Todavia as cartas an?nimas vão e vêm sem parar, num ritmo frenético, transformando-se mesmo na razão de ser e de viver da sua gente.


CARTAS ANÔNIMAS
é, na verdade, uma história hilariante, do princípio ao fim, e faz rir até mesmo em seus momentos mais dramáticos, aqueles em que a morte, a mais indesejada das coisas da vida, vem e colhe, de maneira inesperada ou não, um todaviano qualquer.


É que eles, os de Todavia, são diferentes, singulares e incomuns até nas artes de morrer. E até morrendo fazem rir.


O AUTOR

Fernando Vita nasceu em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano, em 22 de dezembro de 1948. Lá iniciou os seus estudos. Mudou-se em 1965 para Salvador e em 1973 formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia. Iniciou sua vida profissional no extinto Jornal da Bahia, onde foi repórter, editor e crítico musical. Foi repórter freelance do Jornal do Brasil e das revistas Veja e Istoé/Senhor.

Nos anos oitenta escreveu crônicas semanais para o jornal A Tarde e para o semanário Pasquim. Em 2006, com o romance Tirem a doidinha da sala que vai começar a novela, Vita recebeu o Prêmio Braskem Cultura e Arte e teve o seu primeiro livro publicado pelo selo Casa de Palavras, da Fundação Casa de Jorge Amado.