Cultura

CORRUPIO APRESENTA OBRA VIVALDO DA COSTA LIMA COM LANÇAMENTOS LIVROS

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| 05/02/2011 às 00:04
Obra de Vivaldo Costa Lima será lançada no próximo dia 14
Foto: Adenor Gondim

  Conhecedor da cultura baiana, o antropólogo Vivaldo da Costa Lima morreu em 22 de setembro de 2010, ciente de que sua obra seria perenizada. Ainda em vida, ele fez as últimas notas do livro inédito A Comida de Santo Numa Casa de Queto da Bahia, cuja autoria atribuiu à Olga Francisca Régis (Olga de Alaqueto). O estudioso também já havia conferido as versões editadas de A Anatomia do Acarajé e Outros Escritos e de Lessé Orixá - Nos Pés do Santo, ambos da coletânea Ephemera. Esses livros estão sendo entregues às livrarias pela editora Corrupio, que antes já havia disponibilizado para o público a terceira edição de A Família de Santo nos Candomblés Jejes-nagos da Bahia: Um Estudo de Relações Intragrupais, um clássico do autor.


Quatro meses após a morte do Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia e Obá de Xangô do Ilê Axé Opô Afonjá, as quatro publicações são apresentadas ao público em forma de coleção de textos de Vivaldo da Costa Lima. A realização do projeto editorial conta com o apoio financeiro do Fundo de Cultura, Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Desde o ano de 2005 que a editora Arlete Soares havia convencido Vivaldo a publicar os seus trabalhos, como um marco que comemoraria os 30 anos de fundação da Corrupio. A proposta foi viabilizada graças aos esforços de Rina Angulo para obtenção de recursos e seu gerenciamento.        


A Corrupio já havia feito, do autor, A Família de Santo nos Candomblés Jejes-nagos da Bahia: um estudo de relações intragrupais (segunda edição, de 2003) e ainda Cosme e Damião: o culto dos santos gêmeos no Brasil e na África (2005). "O convívio nos fez aprender muito sobre o antropólogo", diz Arlete, diretora da Corrupio.


Estilo inconfundível


Editora das publicações, Cida Nóbrega conviveu estreitamente com o pesquisador, desde o momento em que recebeu os primeiros artigos para digitar até os últimos encontros. Ela considera que a importância da coleção reside em proporcionar a visão de conjunto da obra do autor, uma referência na antropologia baiana, a partir de sua tese sobre a "Família de Santo" nos candomblés da Bahia, que teve primeira edição pela Universidade Federal da Bahia, em 1977.


Os trabalhos de Vivaldo da Costa Lima "são escritos num estilo inconfundível, em linguagem culta, com senso crítico apurado e erudição", analisa a editora, que ainda destaca que a coleção cobre cinco décadas de produção do autor, eminentemente um professor, que tinha a preocupação de gerar textos com função didática. "Seus trabalhos, mesmo os roteiros de aulas, são preparados começando sempre por uma definição do tema, da metodologia, uma revisão bibliográfica importante - em alguns casos, exaustiva - indicando o que existia escrito sobre o tema em questão nos autores nacionais e estrangeiros e não apenas em livros, mas em revistas e anais".


O desejo do antropólogo era reunir seus escritos (preparados para fins diversos como aulas, conferências, palestras, participação em congressos e alguns publicados em coletâneas) numa publicação, de modo que pudessem ser apreciados em seu conjunto, organizados por ordem de produção. "Muita coisa ainda restou em seus arquivos e merece ser examinada com vistas a publicação", avalia Cida.


SERVIÇO:


Lançamento de livros da editora Corrupio

Exibição do filme Diálogo - Direção de Geraldo Sarno, entrevista com Vivaldo da Costa Lima e participação de Cláudio Pereira. 50 minutos, cor

Quando: 14 de fevereiro (segunda-feira), 19 horas

Local: Espaço Unibanco de Cinema - Glauber Rocha, Praça Castro Alves