Cultura

OS CAFAJESTES VOLTAM EM CLIMA DE REVOLTA NA TEMPORADA DE VERÃO

Veja
| 11/01/2011 às 13:59
Piadas renovadas prometem apimentar nova estreia
Foto: Divulgação
"Mulher no Planalto! Dilma como presidente da República? É um absurdo! Lugar de mulher é na cozinha. Quero uma mulher que saiba lavar e cozinhar, que de manhã cedo me acorde na hora de trabalhar..." é nesse clima de revolta debochada, brincadeira e muitas novidades no repertório de piadas, que a premiada comédia musical Os Cafajestes volta a cartaz em Salvador, após longas temporadas de sucesso no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os machistas de carteirinha Onório, Estevão, Alencar e Alfredinho prometem matar as saudades do público, com uma nova temporada de boas risadas no Teatro Módulo. Os protagonistas - Daniel Rabelo, Kadu Veiga (que, em outubro, substituiu Marcelo Timbó), Rafael Medrado e Renato Fechine - cantam, dançam e atuam, tendo sempre como alvo as mulheres que os cercam.
 
A reestréia, que acontecerá com muitas piadas novas sobre o atual cenário político nacional, será nesta sexta-feira, dia 14 de janeiro, às 21h, no Teatro Módulo (Pituba). Os espetáculos são sempre às sextas (21h), sábados e domingos, às 20h. Os ingressos já estão à venda na bilheteria do teatro e custam R$ 40(inteira) e R$ 20(meia), às sextas  e  de sábados e domingos-  R$50(intera) e R$25(meia). A direção é de Fernando Guerreiro, com texto adaptado de Aninha Franco. A produção é assinada por Marlúcia Morais Produções.
 
Sucesso de público e de crítica - Os Cafajestes teve sua primeira montagem em 1994, permanecendo seis anos em cartaz e tendo sido visto por mais de 250 mil pessoas, em todo o país. Assim como esta nova versão, a primeira também foi dirigida por Fernando Guerreiro. O texto original de Aninha Franco ganhou o prêmio Sharp de melhor musical brasileiro em 1995. Na segunda montagem, o público estimado nas 50 apresentações realizadas foi de 20.000 espectadores. Casa lotada em todos os dias do espetáculo. Já nesta terceira montagem, foram mais de 100 apresentações e uma média de 33.600 espectadores.
 
Fernando Guerreiro - Um dos diretores teatrais baianos de maior sucesso dos últimos anos, vencedor de diversos prêmios e cujas peças já encheram salas de teatros do país, Fernando Guerreiro é o homem por trás do sucesso e da nova montagem de Os Cafajestes. O incansável diretor cita alguns dos seus últimos sucessos como: O indignado, Escândalo e A Bofetada (atualmente sob direção de Lelo Filho). Além da nova temporada de Os Cafajestes, reestreou no último dia 07 de janeiro o seu mais novo trabalho, "Pólvora e Poesia", indicado em cinco categorias para o Premio Braskem de Teatro.
 
 
Para Guerreiro, que se declara um admirador do estilo "brega", o musical Os Cafajestes pode até parecer uma defesa ao machismo, mas, na verdade, mostra o lado cômico das relações pessoais. "Eu gosto muito desse espetáculo e me divirto fazendo ele. Foi muito gostoso e tranquilo preparar a primeira temporada, iniciada em 1994", relembra o diretor.
 
Elenco - Um dos grandes destaques desta nova versão d´Os Cafajestes é a composição do seu elenco, que ganhou uma nova roupagem e fôlego renovado. Para chegar aos quatro novos Cafajestes, Guerreiro promoveu, durante o mês de agosto de 2009, uma audição com cerca de 30 atores e cantores.
 
Texto Original - O texto de Os Cafajestes foi criado por Aninha Franco como um direito de resposta para o público masculino de teatro, depois do monólogo Oficina Condensada, sobre a história da mulher ao longo dos séculos, onde a personagem da atriz Rita Assemany não poupava o sexo oposto. Ao final da temporada, Guerreiro pediu que a autora desse voz aos rapazes e também falasse sobre o universo masculino.
 
Segundo a autora, os homens se identificam e sentem-se alucinados ao constatar que muita gente pensa como eles. "Depois da peça, reforcei um ponto de vista meu: tem muita mulher que não gosta de homem certinho. Algumas adoram um bom cafajeste (daqueles mais elegantes, cheios de lábia e charme), eles é que fazem sucesso com elas", garante.
 
Trilha Sonora - quem assina a direção musical é o produtor Marquinhos Carvalho, que também fez a primeira montagem. Os novos arranjos foram gravados em estúdio com uma banda completa com baixo, guitarra, teclado, bateria, etc. A trilha musical acompanha os atores no palco, que interpretam as canções ao vivo.
 
No roteiro estão músicas que tratam da visão e do universo masculino como as canções Emília [Wilson Batista/Haroldo Lobo], Ai que Saudades da Amélia [Ataulfo Alves/Mário Lago], Perfídia [Alberto Dominguez/ vs. Altemar Dutra], Mesmo que Seja Eu [Erasmo Carlos/Roberto Carlos], Elegia [Caetano Veloso], Chocante [Eduardo Dusek ],  Pra Virar Lobisomem [Cecéu], Deixe a Menina [Chico Buarque], Sem Compromisso [Nelson Trigueiro/Geraldo Pereira] e Ai, Se Nos Faltarem Essas Mulheres [Márcio Mello].
 
Marlúcia Morais Produções - Quem assina a produção do espetáculo é a experiente Marlúcia Morais, uma das maiores produtoras culturais da Bahia, com mais de 10 anos de experiência. Marlúcia iniciou no mercado cultural produzindo o Show de Sandy & Júnior, realizado no Clube Espanhol, em 1999. De lá pra cá, a carreira da produtora deslanchou, realizando diversos espetáculos como O Rei Está Nu, com Juca Chaves; O Pequeno Príncipe, com Luana Piovanni; Dom Quixote, com Edson Celulari; Hamlet, com Wagner Moura; Decameron, obra de Giovani Boccaccio, adaptada por Elísio Lopes; A Alma Boa de Setsuan, com Denise Fraga; R$ 1,99, com Ricardo Castro; Ensina-me a Viver, com Glória Menezes e o musical Balé Quebra Nozes da Rússia, entre outros.