Cultura

LEITORES DO BJÁ ACERTARAM ENQUETE: JESUS CRISTO FALAVA ARAMAICO

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| 23/12/2010 às 08:00
A ópera-rock Jesus Cristo Superstar, de autoria de Andrew Lloyd Webber e Tim Rice
Foto: DIV

  Os leitores do Bahia Já acertaram com 50% das respostas a enquete sobre qual a língua Jesus Cristo pregava seus sermões evangelizadoras e ações contra os romanos, marcando aramaico. Ainda assim, 30.88% disseram que Jesus falava hebráico; 8.82 que se comunicava no dialeto jônico; 5.88% que falava latim; e 4.41% citaram árabe.

  Estamos tão acostumados a ouvir os textos sagrados em latim, que geralmente nos parece que Jesus Cristo e seus apóstolos praticavam esta língua. È uma idéia errônea. Quando Jesus Cristo, na agonia, pregado na cruz rodeado de verdugos, chorado por seus discípulos, pronunciou as palavras: ELI! ELI!... não falava em latim, mas na língua popular de Israel, o aramaico.

  O aramaico era o idioma do povo da época em que o Redentor, seguido pelos humildes pescadores da Galiléia, cruzava as terras áridas da Palestina; na época em que, do alto do Monte Sinai lançava aos ventos, para que se espalhassem pelo mundo, as frases de bondade e de bem-aventurança que hoje se conhecem com o nome de "sermão da montanha".

   O aramaico idioma semítico originário da Ásia Menor havia suplantado, com a influência das esplendorosas civilizações assírios-babilônicas, o antigo e bíblico hebraico. No tempo dos apóstolos era falado em uma grande área da Ásia Menor, incluindo as regiões que hoje se conhecem com os nomes de Jordânia, Transjordânia, Líbano, Síria, Armênia e Israel.

  São Mateus escreveu sua Vida de Jesus no mesmo idioma em que havia conversado com o senhor. Mas, como o aramaico só se falava nos distritos semitas que acima citamos, e como cada vez o cristianismo mais se estendia pelo mundo, fez-se indispensável traduzir o relato de São Mateus para um idioma universal; portanto apelou-se para o grego, língua mais difundida naquela época.

  Seguindo essa norma foram também vertidas para o grego as páginas escritas mais tarde por São Marcos, São João e São Lucas. Com o desenvolvimento do poder romano na ordem cultural, houve necessidade de traduzir os evangelhos para o latim em primeiro lugar e depois aos dialetos de cada região.

  Até o século IV haviam sido feitas tantas traduções, freqüentemente realizadas por pessoas incapazes, que o Papa Dâmaso, no ano de 382, interessou-se em conseguir uma versão melhor. Este trabalho foi encomendado a São Jerônimo, que revisou o Novo Testamento em latim, corrigindo-o de acordo com os melhores manuscritos gregos que se conheciam. Esta edição é geralmente conhecida com o nome de VULGATA. A Vulgata permaneceu como a melhor versão dos Evangelhos por mais de doze séculos, até que uns dignitários da Igreja perceberam que São Jerônimo havia cometido muitos erros.

  VULGATA EM LATIM

  Ao ser eleito, em 1569, o Papa Pio V resolveu que se devia fazer imediatamente uma revisão da versão de São Jerônimo. Assim é que, em 1590, se publicou a Vulgata Sixtina, em latim. No ano seguinte, o Papa Gregório XIV fez revisão dessa nova edição a que se chamou Vulgata Clementina, sendo esta a versão em latim da Igreja Católica Romana.

   Os Evangelhos tem sofrido diversas traduções através dos tempos, esses erros foram sanados pelo Professor Jorge M. Lamsa, em sua tradução direta do aramaico para o Inglês. Ele em sua tradução fez ressaltar vários erros dos primeiros tradutores. O conhecido milagre de Jesus caminhando sobre as águas não é referido, segundo o prof. Lamsa, mas o resultado de uma palavra mal traduzida.

  De acordo com o aramaico, "caminhou pelo mar" devia ser traduzido por "caminhou junto ao mar", ou caminhou à beira - mar. Neste caso, São João havia usado a palavra se, que significa textualmente em ou por deixando implícito que Jesus caminhou perto do mar. Outra frase é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico se salvar.

  Neste caso, a palavra aramaica gomala tem dois significados: camelo e corda; donde se deduz, por simples lógica, que foi tomado um significado por outro. O descobrimento de duas folhas de papiro e um pedaço adicional em que foram encontradas frases de Jesus. Segundo os peritos estas foram as primeiras escrituras. È a mais antiga que qualquer outro manuscrito ou parte do Novo Testamento. Seu estudo significa um valor histórico e um modo de verificar a verdade de algumas afirmações, senão também a emoção de Ter entre as mãos documentos que pertenceram aos primeiros cristãos. 

  DIALETO JÔNICO

  No começo do segundo milênio a.C. registram-se as primeiras ondas de invasores de língua indo-européia que chegaram à península grega, ao Peloponeso e às ilhas adjacentes, fixando-se nessa região. O poeta grego Homero os denomina achaioi ou aqueus (αχαιοι), distinguindo-os dos autóctones pelasgos (πελάσγιος), sobre os quais afirma o seguinte: "Em tempos antigos havia duas raças vivendo na Grécia ática: os pelasgos, que nunca deixaram o lugar original, e os helenos (gregos), que emigraram freqüentemente...

  Que língua falam os
pelaasgos não posso dizer com certeza. O que se pode afirmar deles, que ainda sobrevivem, é que sua língua não é o grego. Se isso é verdade da raça pelásgia, a nação ática deve ter aprendido o grego ao mesmo tempo que foram helenizados".

Isto é, a língua falada pelos invasores aqueus (achaioi) se fundiu com a dos gregos e a dos pelasgos (que já habitavam a região), mas que a dos pelasgos foi absorvida em função deste processo de helenização da língua grega e da língua dos achaioi.

  Tal processo de fusão entre uma língua indo-européia (achaioi) e a local dos gregos deu origem então ao dialeto jônico. Pesquisas indicam ainda que a língua dos pelasgos não era de origem indo-européia, o que se observa nos grupos consonânticos -nth- e -ss-, que são abundante em topônimos e nomes de plantas, como Korinthos, Zakinthos, akantha, etc.

  HEBRAICO


O hebraico (עברית, ivrit) é uma língua semítica pertencente à família das línguas afro-asiáticas. A Bíblia original, a Torá, que os judeus ortodoxos consideram ter sido escrita na época de Moisés, cerca de 3.300 anos atrás, foi redigida no hebraico dito "clássico". Embora hoje em dia seja uma escrita foneticamente impronunciável, portanto indecifrável, devido à não-existência de vogais no alfabeto hebraico clássico, os judeus têm-na sempre chamado de לשון הקודש, Lashon haKodesh ("A Língua Sagrada") já que muitos acreditam ter sido escolhida para transmitir a mensagem de Deus à humanidade.
 
Por volta da primeira destruição de Jerusalém pelos babilônios em 586 a.C., o hebraico clássico foi substituído no uso diário pelo aramaico, tornando-se primariamente uma língua franca regional, tanto usada na liturgia, no estudo do Mishná (parte do Talmude) como também no comércio.


O hebraico renasceu como língua falada durante o final do século XIX e começo do século XX como o hebraico moderno, adotando alguns elementos dos idiomas árabe, ladino, iídiche, e outras línguas que acompanharam a Diáspora Judaica como língua falada pela maioria dos habitantes do Estado de Israel, do qual é a língua oficial primária (o árabe também tem status de língua oficial).

  LATIM

 

O latim é uma antiga língua indo-europeia do ramo itálico originalmente falada no Lácio, a região do entorno de Roma. Foi amplamente difundida, especialmente na Europa, como a língua oficial da República Romana, do Império Romano e, após a conversão deste último ao cristianismo, da Igreja Católica.

Através da Igreja, tornou-se a língua dos acadêmicos e filósofos europeus medievais. Por ser uma língua altamente flexiva e sintética, a sua sintaxe (ordem das palavras) é, em alguma medida, variável, se comparada com a de idiomas analíticos como o português, embora em prosa os romanos tendessem a preferir a ordem SOV. A sintaxe é indicada por uma estrutura de afixos ligados a temas. O alfabeto latino, derivado dos alfabetos etrusco e grego (por sua vez, derivados do alfabeto fenício), continua a ser o mais amplamente usado no mundo.


Embora o latim seja hoje uma língua morta, com poucos falantes fluentes e sem que ninguém o tenha por língua materna, ainda é empregado pela Igreja Católica. Exerceu enorme influência sobre diversas línguas vivas, ao servir de fonte vocabular para a ciência, o mundo acadêmico e o direito. O latim vulgar, um dialeto do latim, é o ancestral das línguas neolatinas (italiano, francês, espanhol, português, romeno, catalão, romanche e outros idiomas e dialetos regionais da área); muitas palavras adaptadas do latim foram adotadas por outras línguas modernas, como o inglês. O fato de haver sido a lingua franca do mundo ocidental por mais de mil anos é prova de sua influência.


O latim ainda é a língua oficial da Cidade do Vaticano e do Rito Romano da Igreja Católica. Foi a principal língua litúrgica até o Concílio Vaticano Segundo nos anos 1960. O latim clássico, a língua literária do final da República e do início do Império Romano, ainda hoje é ensinado em muitas escolas primárias e secundárias, embora seu papel se tenha reduzido desde o início do século XX.

ÁRABE


As expressões árabe e árabe clássico referem-se, em geral, à al-luġatu l-`arabīyatu l-fuşħā (اللغة العربية؛الفصحى, literalmente, a língua árabe pura) - que é, de acordo com os falantes do árabe, tanto a língua dos meios de comunicação modernos no Norte de África e Médio Oriente (desde Marrocos até ao Iraque), quanto a língua do Alcorão. Engloba não apenas a televisão, rádio, jornais e revistas, mas também toda a matéria impressa, inclusive todos os livros, documentos de qualquer espécie e livros didácticos para crianças.


O termo árabe padrão moderno é algumas vezes usado no Ocidente para se referir à linguagem actual, em oposição à da literatura clássica; os árabes não fazem essa distinção, considerando ambas idênticas. A palavra "árabe" também se refere aos vários dialectos nacionais e regionais, derivados do árabe clássico, falados actualmente no Norte da África e no Médio Oriente, e que por vezes diferem uns dos outros a ponto de se tornarem incompreensíveis entre si. Em geral, estes dialectos não são escritos, apesar de muitos deles possuírem uma certa quantidade de literatura (particularmente músicas e poesia) produzida especialmente no Líbano e no Egito.


É, por vezes, difícil traduzir alguns conceitos islâmicos, ou conceitos próprios à cultura árabe, sem o uso da terminologia árabe. O Alcorão está escrito em árabe e os muçulmanos, por tradição, consideram impossível traduzi-lo de modo a reflectir adequadamente sua significação exata - ou porque a tradução poderia trair o sentido original do texto ou, segundo alguns académicos e religiosos islâmicos, porque a sua própria natureza sagrada torna impossível qualquer tradução (parcial ou por completo). De fato, até recentemente, algumas escolas de ideologia conservadora consideravam que ele não deveria ser traduzido de forma alguma.


(PESQUISA DO WIKIPÉDIA)
 * Responsa nossa nova enquete sobre quem foi o primeiro governador da Bahia no período republicano