No começo do segundo milênio a.C. registram-se as primeiras ondas de invasores de língua indo-européia que chegaram à península grega, ao Peloponeso e às ilhas adjacentes, fixando-se nessa região. O poeta grego Homero os denomina achaioi ou aqueus (αχαιοι), distinguindo-os dos autóctones pelasgos (πελάσγιος), sobre os quais afirma o seguinte: "Em tempos antigos havia duas raças vivendo na Grécia ática: os pelasgos, que nunca deixaram o lugar original, e os helenos (gregos), que emigraram freqüentemente...
Que língua falam os pelaasgos não posso dizer com certeza. O que se pode afirmar deles, que ainda sobrevivem, é que sua língua não é o grego. Se isso é verdade da raça pelásgia, a nação ática deve ter aprendido o grego ao mesmo tempo que foram helenizados".
Isto é, a língua falada pelos invasores aqueus (achaioi) se fundiu com a dos gregos e a dos pelasgos (que já habitavam a região), mas que a dos pelasgos foi absorvida em função deste processo de helenização da língua grega e da língua dos achaioi.
Tal processo de fusão entre uma língua indo-européia (achaioi) e a local dos gregos deu origem então ao dialeto jônico. Pesquisas indicam ainda que a língua dos pelasgos não era de origem indo-européia, o que se observa nos grupos consonânticos -nth- e -ss-, que são abundante em topônimos e nomes de plantas, como Korinthos, Zakinthos, akantha, etc.
HEBRAICO
O hebraico (עברית, ivrit) é uma língua semítica pertencente à família das línguas afro-asiáticas. A Bíblia original, a Torá, que os judeus ortodoxos consideram ter sido escrita na época de Moisés, cerca de 3.300 anos atrás, foi redigida no hebraico dito "clássico". Embora hoje em dia seja uma escrita foneticamente impronunciável, portanto indecifrável, devido à não-existência de vogais no alfabeto hebraico clássico, os judeus têm-na sempre chamado de לשון הקודש, Lashon haKodesh ("A Língua Sagrada") já que muitos acreditam ter sido escolhida para transmitir a mensagem de Deus à humanidade.
Por volta da primeira destruição de Jerusalém pelos babilônios em 586 a.C., o hebraico clássico foi substituído no uso diário pelo aramaico, tornando-se primariamente uma língua franca regional, tanto usada na liturgia, no estudo do Mishná (parte do Talmude) como também no comércio.
O hebraico renasceu como língua falada durante o final do século XIX e começo do século XX como o hebraico moderno, adotando alguns elementos dos idiomas árabe, ladino, iídiche, e outras línguas que acompanharam a Diáspora Judaica como língua falada pela maioria dos habitantes do Estado de Israel, do qual é a língua oficial primária (o árabe também tem status de língua oficial).
LATIM
O latim é uma antiga língua indo-europeia do ramo itálico originalmente falada no Lácio, a região do entorno de Roma. Foi amplamente difundida, especialmente na Europa, como a língua oficial da República Romana, do Império Romano e, após a conversão deste último ao cristianismo, da Igreja Católica.
Através da Igreja, tornou-se a língua dos acadêmicos e filósofos europeus medievais. Por ser uma língua altamente flexiva e sintética, a sua sintaxe (ordem das palavras) é, em alguma medida, variável, se comparada com a de idiomas analíticos como o português, embora em prosa os romanos tendessem a preferir a ordem SOV. A sintaxe é indicada por uma estrutura de afixos ligados a temas. O alfabeto latino, derivado dos alfabetos etrusco e grego (por sua vez, derivados do alfabeto fenício), continua a ser o mais amplamente usado no mundo.
Embora o latim seja hoje uma língua morta, com poucos falantes fluentes e sem que ninguém o tenha por língua materna, ainda é empregado pela Igreja Católica. Exerceu enorme influência sobre diversas línguas vivas, ao servir de fonte vocabular para a ciência, o mundo acadêmico e o direito. O latim vulgar, um dialeto do latim, é o ancestral das línguas neolatinas (italiano, francês, espanhol, português, romeno, catalão, romanche e outros idiomas e dialetos regionais da área); muitas palavras adaptadas do latim foram adotadas por outras línguas modernas, como o inglês. O fato de haver sido a lingua franca do mundo ocidental por mais de mil anos é prova de sua influência.
O latim ainda é a língua oficial da Cidade do Vaticano e do Rito Romano da Igreja Católica. Foi a principal língua litúrgica até o Concílio Vaticano Segundo nos anos 1960. O latim clássico, a língua literária do final da República e do início do Império Romano, ainda hoje é ensinado em muitas escolas primárias e secundárias, embora seu papel se tenha reduzido desde o início do século XX.
ÁRABE
As expressões árabe e árabe clássico referem-se, em geral, à al-luġatu l-`arabīyatu l-fuşħā (اللغة العربية؛الفصحى, literalmente, a língua árabe pura) - que é, de acordo com os falantes do árabe, tanto a língua dos meios de comunicação modernos no Norte de África e Médio Oriente (desde Marrocos até ao Iraque), quanto a língua do Alcorão. Engloba não apenas a televisão, rádio, jornais e revistas, mas também toda a matéria impressa, inclusive todos os livros, documentos de qualquer espécie e livros didácticos para crianças.
O termo árabe padrão moderno é algumas vezes usado no Ocidente para se referir à linguagem actual, em oposição à da literatura clássica; os árabes não fazem essa distinção, considerando ambas idênticas. A palavra "árabe" também se refere aos vários dialectos nacionais e regionais, derivados do árabe clássico, falados actualmente no Norte da África e no Médio Oriente, e que por vezes diferem uns dos outros a ponto de se tornarem incompreensíveis entre si. Em geral, estes dialectos não são escritos, apesar de muitos deles possuírem uma certa quantidade de literatura (particularmente músicas e poesia) produzida especialmente no Líbano e no Egito.
É, por vezes, difícil traduzir alguns conceitos islâmicos, ou conceitos próprios à cultura árabe, sem o uso da terminologia árabe. O Alcorão está escrito em árabe e os muçulmanos, por tradição, consideram impossível traduzi-lo de modo a reflectir adequadamente sua significação exata - ou porque a tradução poderia trair o sentido original do texto ou, segundo alguns académicos e religiosos islâmicos, porque a sua própria natureza sagrada torna impossível qualquer tradução (parcial ou por completo). De fato, até recentemente, algumas escolas de ideologia conservadora consideravam que ele não deveria ser traduzido de forma alguma.