Cultura

FESTIVAL DE CONTRABAIXO DA BAHIA COMEÇA COM CASA CHEIA NO PELOURINHO

Veja
| 09/12/2010 às 13:10
Evento lotou Praça Pedro Arcanjo no primeiro dia
Foto: Gal Meirelles
O Largo Pedro Arcanjo, no Pelourinho foi tomado por um público diversificado que acompanhava atentamente cada acorde que vinha do palco. O silêncio só era quebrado pelos aplausos no final de cada música. Um ritmo desconhecido pela maioria, mas que prendia a atenção de todos pela sonoridade agradável e a apresentação contagiante.  "Os baianos precisam disso. Noite agradável regada ao som de boa qualidade e o melhor, de graça. Saio daqui hoje com a alma plena e força para enfrentar a labuta diária", expressou a jornalista Beatriz Maya, que entre uma palavra e outra não desprendia atenção do palco. 
O evento realizado na ultima terca-feira (7) se trata da  abertura do Festival de Contrabaixo da Bahia. Os apreciadores da boa música têm até a próxima sexta-feira, 10, para aproveitar as diversas apresentações e artistas que passarão pelo palco. A iniciativa faz parte da agenda do Pelourinho Cultural, programa ligado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural, IPAC.
Celso Pixinga, um dos maiores nomes do contrabaixo no mundo é o responsável por levar o projeto a vários lugares do Brasil. Ele afirma que na Bahia, o Festival é uma realidade, pois tem conseguido proporcionar o intercâmbio entre os profissionais e dar oportunidade aos novos se apresentarem. "A Bahia é múltipla e está de parabéns por abraçar um projeto como este e abrir as portas para os amantes do baixo", avaliou. 
Quem abriu a tão esperada noite foi o baixista baiano Danilo Sampaio e seu baixo de oito cordas. Uma criação própria do artista, o instrumento possui duas cordas a mais que o tradicional. Danilo, que já foi percussionista, confessa que se apaixonou pelo baixo apenas estudando sobre o instrumento.  "Eu aprendi a tocar sozinho. Buscava informações nos livros e observava os mestres tocarem".
Por meio de uma interpretação da música "Toda Menina Baiana", de Gilberto Gil, Danilo apresentou no palco uma técnica chamada tapping, que consiste em tocar um instrumento de cordas de forma semelhante ao de um piano. 
Luciano Calazans, outro artista baiano, começou a apresentação com composições próprias. O artista apresentou ao público canções do seu único CD autoral lançado em 2007, tais como: "Minha Verdade" e "Uma Tarde no Sertão". "Isso que acontece aqui hoje não é uma segregação. É sim uma revolução que eu espero que tenha vida longa por todos os lugares", afirmou Luciano.
Para encerrar a noite subiram ao palco FA & A Clave, um duo formado por Frank Negrão e Arturzinho Aguiar. Eles resolveram juntar dois contrabaixos para um trabalho em conjunto e confessam que a junção tem dado certo. Acompanhados do baterista Reynaldo Boaventura, eles mostraram uma combinação de ritmos afrobaianos com elementos e técnicas do contrabaixo. "Nosso trabalho se baseia na junção do World Music com a música da nossa terra, com o que é da cultura baiana", definiu. 
Eles apresentaram releituras de grandes artistas e também composições próprias como "Groove" e "africanos". O Festival de Contrabaixo da Bahia continua hoje, 8, com Fernando Molinari, de São Paulo, Mauro Sérgio, do Maranhão e Bráulio Araújo, de Pernambuco. As apresentações acontecem até sexta-feira, 10, sempre três atrações, alternadamente, nos largos Tereza Batista, Pedro Arcanjo e Quincas Berro D'água. Confira a programação:
 
quarta-feira, 8
Largo Pedro Arcanjo
Fernando Molinari (SP)
Mauro Sérgio (MA)
Bráulio Araújo (PE)
 
quinta-feira, 9
Largo Quincas Berro D'água
Cristiano Ferreira (BA)
Sérgio Groove (RN)
Adriano Giffoni (RJ)
 
sexta-feira, 10
Largo Tereza Batista
Luciano PP (BA)
Alexandre Motenegro (BA)
Celso Pixinga (SP)
 
O Pelô não pára - Ainda ontem no Pelourinho, a festa Bota a Cara na Lata levou o Hip Hop ao largo Tereza Batista. No palco, apresentações de Don L, do Ceará, grupo Gasper, de Goiânia e as apresentações locais da banda Versu 2, 387, DJ Jarrão e o grupo Outra Vida, que lançou um single com uma homenagem às mulheres do gueto e sua forma de se vestir e viver. A apresentação gratuita também fez parte da agenda do Pelourinho Cultural.