A festa começou na sexta-feira e reuniu mais de 15 mil pessoas a cada dia, segundo o secretário de Cultura e Turismo, Antônio Lírio. Ontem (sábado), ao som do pagode os moradores dançaram e curtiram com as famílias. Hoje, o último dia de festa será encerrado pela banda Adão Negro, que já promete um grande show.
A baiana mais velha do cortejo, Rosa Reis de Carvalho, 68 anos, participa da festa há 26 anos. "Sou moradora do bairro e, para mim, esta é a maior demonstração de amor por Itinga. Com o sol escaldante, eu, minhas filhas, netas e bisnetas, que também são baianas, estamos aqui desfilando".
Segundo a filha de dona Rosa, Selma Maria Carvalho, de 49 anos, a festa cresceu. "Sempre vim com minha mãe e hoje percebo a proporção que tomou e beneficia tanta gente. Minhas filhas e netas estão aqui, também, vestidas de baianas para continuar esta grande história".
Lírio destacou que a Lavagem de Itinga é considerada uma das mais importantes festas populares do município, mantendo o caráter de valorização da arte e dos artistas locais. "Todos ganham com este grande avento. Os munícipes se divertem e os comerciantes e ambulantes lucram".
É o que comprova Maria Rita de Jesus, vendedora de cachorro quente. "Em três dias, já vendi 3 mil peças. Com este lucro vou fazer o meu natal e ajudar minha família", diz sorridente.
HISTÓRIA- A lavagem foi criada em 1983 para compensar a frustração de um grupo de amigos integrantes do Bloco Nagazumbi que não haviam participado do Carnaval de Salvador por falta de recurso. A primeira Lavagem foi aberta com missa campal e contou com a participação de blocos como Olodum Ode, Orum Milá e do Abalaxé de Ori. Um dos fundadores da festa foi Antônio Caranguejo, personagem que deu nome ao Largo onde a Lavagem é realizada.