Cultura

REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO DA BAHIA REALIZA ATIVIDADES NO NOVEMBRO NEGRO

Vide
| 04/11/2010 às 17:33
Estudantes, professores e servidores da rede estadual de educação da Bahia participam, durante o mês de novembro, de uma série de atividades organizadas pelas unidades de ensino do Estado que integram um projeto maior, intitulado de Novembro Negro. A iniciativa, organizada pela Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi), contempla uma série de atividades que vai debater sobre a ocupação dos espaços pelo negro na sociedade contemporânea, assim como sobre a reversão dos quadros de discriminação neste contexto.
 
O Novembro Negro é uma alusão ao Dia da Consciência Negra, lembrado em 20 de novembro no País. A primeira atividade sobre a temática segue até esta sexta-feira (5), no Instituto Anísio Teixeira (IAT). Intitulado de Orúko - Memórias e Heranças Negras, o evento é organizado pela Secretaria da Educação da Bahia e promove discussões sobre a identidade africana e afro-brasileira e a memória de luta pela igualdade. A intenção também é discutir questões pertinentes à aplicação das leis federais que incluem no currículo oficial da educação básica a obrigatoriedade de temáticas como História e Cultura Afro-brasileira.
 
Já na sexta-feira (5) e no sábado (6), acontece audiência pública, no município de Maragojipe, para as discussões das diretrizes curriculares quilombolas que serão incluídas na rede estadual de educação da Bahia. O evento conta com a participação de professores e lideranças quilombolas para que eles possam opinar de forma ativa durante o processo. A audiência de Maragojipe é a terceira de uma série que vai ser responsável pelo conteúdo de um documento com diretrizes para a educação quilombola no Estado.
 
"A Bahia é um estado singular, com forte presença cultural de matriz africana. E nós estamos saindo na frente nesse processo de elaboração das diretrizes estaduais para a educação quilombola, já que, somente agora, nos dias 9, 10 e 11, o Ministério da Educação promove seminário nacional para começar a elaboração das diretrizes nacionais", ressalta Nadja Cardoso, coordenadora para as relações étnico-raciais e diversidade da Secretaria da Educação.
 
Uma outra programação acontece até 17 de dezembro no Centro Educacional Edgard Santos, no bairro do Garcia, em Salvador, com o título de Novembro Negro: as vítimas algozes. A unidade prepara uma série de eventos, incluindo palestras, corrida e caminhada. Já no Colégio Estadual Manoel de Jesus, no município de Simões Filho, de 17 a 19 de novembro, acontece mostra de filmes, música e poesia com enfoque nas mulheres negras.
 
No país, existem mais de 1.400 comunidades quilombolas, certificadas até setembro de 2009 pela Fundação Palmares. Destas, 350 estão na Bahia, entretanto, estima-se que existam mais de 500 remanescentes de quilombos no estado.