Cultura

ORLANDO COSTA FAZ ESTREIA SOLO NO PELOURINHO COM SHOW DE PERCUSSÃO

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| 05/10/2010 às 10:48

A batida do tambor é a soma de todos os ritmos. Soteropolitano de nascimento, o percussionista Orlando Costa descreve assim a sua arte de criar música. Nascido e criado na cidade baixa, Orlando estará com o seu show intitulado Eu por que sou percussivo no Largo Tereza Batista todas as quintas-feiras do mês de outubro, às 21h. O show faz parte da programação do Tô no Pelô, edital realizado com recursos do Fundo de Cultura da Bahia, da Secretaria de Cultura da Bahia em parceria com o Programa Pelourinho Cultural e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC).

O interesse pelo ritmo entrou na vida do percussionista através do gosto religioso do pai, sobretudo pela lavagem do Bonfim. "Meu pai gosta muito dessa festa. Ele alugava uma barraca e eu ia e ficava olhando. Meu primeiro contato com o tambor foi na lavagem. Meu pai tocava por hobbie, mas eu comecei a tocar profissionalmente". A partir daí, Costa decidiu aprimorar-se na arte da percussão.

Logo no início, sua carreira encontrou terreno fértil na Banda Mel. Com o crescimento da fama e reconhecimento do público pelo seu talento, decidiu participar de trabalhos conjuntos com grandes nomes da música brasileira. Dentre os quais, Marisa Monte, Ney Matogrosso, Carlinhos Brown, Caetano Veloso e Zélia Duncan.

O percussionista revela que a partir da primeira colaboração com um artista famoso as oportunidades apareceram. "Eu toquei primeiro na Banda Mel. Assim, outros trabalhos surgiram e eu fui tocar para a Marisa Monte. Com isso surgiu a necessidade de mudar para o Rio". Essa mudança de cidade lhe deu a chance de contribuir com a música brasileira a nível nacional, fato que resultou recentemente na colaboração de Orlando Costa com o trabalho do cantor e compositor Jorge Vercillo.

Mesmo com todas as contribuições junto ao trabalho de outros artistas, o ápice de sua carreira ainda estaria por vir, através do lançamento do seu primeiro álbum solo: o Disco de Tambor. "O trabalho em estúdio está focado para o tambor, para a composição. O CD já está saindo, e eu pretendo [lançá-lo] em dezembro". Umas das principais composições do artista é a música Clara, feita especialmente para a sua filha. A música remete a uma canção de dormir, e é muito serena.
 Pelourinho - Com o reconhecimento adquirido no decorrer de sua carreira de 22 anos, Orlando decidiu voltar a Salvador e fazer uma apresentação gratuita no Pelourinho com o apoio do Pelourinho Cultural, programa ligado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia através do IPAC. O Centro Histórico para o percussionista é um lugar que o remete a várias lembranças boas de sua cidade natal. "Eu gosto muito do Pelourinho. A importância dele é muito grande para mim, é um lugar que tem uma história, que carrega o tambor. Para mim, fazer um show gratuito [no Pelô] é maravilhoso, e eu fico emocionado".

O músico irá mostrar o seu talento instrumental juntamente com a sua banda Laska Mão e com a participação de alguns familiares. O grupo é composto por Felipe Alexandre, Binho Cunha e Gilvan Oliveira na percussão, Marcelo Galter no teclado, Alex Mesquita na guitarra, Tito Oliveira e André Becker no sax, e Ldson Galter no baixo. Como convidados especiais da noite, irão participar o pai, o irmão e o filho de Orlando, Luan de 16 anos. "Eu vou pedir licença aos integrantes da banda e abrir o espaço para a minha família. Nós vamos tocar seis sambas, composições de Jurandir Costa. Vai ser um negócio de família mesmo".

Durante as apresentações, a influência do artista ficará mais evidente revelando os lugares pelos quais ele passou e as experiências que adquiriu. "Eu estive na Nigéria, no Senegal e em Marrocos tocando e estudando percussão. Eu sou um curioso, todo lugar do mundo eu quero ver, e a África era um lugar onde eu precisava ir. Tudo começou ali". Costa revela, por fim, que o talento musical na Bahia está também se expandindo para outros países. "Nós percussionistas baianos estamos bem cotados no Brasil e no mundo."