Cultura

LONGAS-METRAGENS BAIANOS SE DESTACAM NO FESTIVAL DE CINEMA DO RIO

Veja
| 27/09/2010 às 15:25
Durante quinze dias a cidade do Rio de Janeiro é sede do Festival de Cinema do Rio de Janeiro, que acontece entre 23 de setembro e 7 de outubro, coloca em destaque três produções baianas financiadas com aportes da Secretaria de Cultura da Bahia - SecultBA, através do Fundo de Cultura do Estado. Os filmes "Trampolim do Forte", de João Rodrigo Mattos, "Jardim das Folhas Sagradas", de Pola Ribeiro, e "Filhos de João - Admirável Mundo Novo Baiano", de Henrique Dantas, receberam incentivos para a finalização da película.
 
"Essa é uma conquista da produção audiovisual baiana e o resultado de muito trabalho; é um mérito dos produtores, artistas e técnicos da Bahia, que vêm se empenhando para se posicionar no mercado audiovisual brasileiro e mundial. O governo, através da SecultBA, reconheceu isso e apoiou os três filmes, viabilizando a realização dessas obras, que agora começam a circular", afirma a diretora de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado - FUNCEB, Sofia Federico.
 
O Festival do Rio é considerado uma porta de entrada na América Latina de muitos filmes que podem não chegar ao circuito comercial, e é reconhecido também por promover seminários, mesas redondas e encontros para discussão e desenvolvimento de projetos nas áreas de distribuição, coprodução e tecnologia. "O Festival do Rio promove encontros com produtores, distribuidores e agentes de venda de vários países, ou seja, os produtores baianos terão uma boa oportunidade de fazer contatos e fechar negócios, ampliando a difusão de suas obras e da cultura baiana para outros mundos", completa Federico.
 
O Festival possui ainda, como coração da festa, a Première Brasil que apresenta ao público nesta edição, cerca de 65 filmes brasileiros inéditos. O filme "Trampolim do Forte" integra a Mostra Competitiva e "Filhos de João - O Admirável Mundo Novo Baiano" compõe a Mostra Retratos.
 
Trampolim do Forte, de João Rodrigo Matos, foi um dos 100 longas inscritos para o Festival do Rio, sendo um dos oito longas de ficção selecionados para a mostra competitiva Premiér Brasil e o único representante fora do eixo Rio-São Paulo na disputa. O filme trata principalmente da infância e como link, os jovens garotos do Porto da Barra, uma das principais praias da Bahia. O filme teve recursos do Fundo de Cultura do Estado para finalização e pré-lançamento.
 
O documentário Filhos de João, Admirável Mundo Novo Baiano será exibido na Mostra Retratos, e foi também financiado através do Fundo de Cultura do Estado para a finalização da fita. O filme conta a história da música popular brasileira dos anos 60 e 70 através do grupo musical Novos Baianos e mostra a retrospectiva do estilo de vida comunitário adotado pelos integrantes da banda e a influência positiva do cantor João Gilberto no grupo. No filme, Tom Zé, Orlando Senna, Rogério Duarte, Mário Luiz Tompson de Carvalho, Moraes Moreira, Solano Ribeiro, entre outros, revelam histórias interessantes sobre o momento.
 
"Levei 11 anos realizando o filme e apresentei-o sem a finalização, em 2007, no Teste de Audiência, que é um modelo de atividade bastante conhecido na Europa e nos Estados Unidos e que está sendo implantado no Brasil, o filme obteve 97,5% de aceitação do público. A partir daí, resolvi dar continuidade ao projeto e buscar financiamento para a fita, conseguindo através do Fundo de Cultura, que possibilitou essa nova fase do filme" afirma o roteirista e diretor do filme, Henrique Dantas.
 
O último filme baiano no festival é Jardim das Folhas Sagradas, primeiro longa-metragem do cineasta baiano Pola Ribeiro e conta a história de Bonfim, um negro que tem sua vida virada pelo avesso com a revelação de que precisa abrir um terreiro de candomblé. O fio que tece a trama é o enfrentamento entre a religião e a expansão imobiliária de Salvador e o impasse entre elas pela necessidade de espaço e ambiente adequados para a prática religiosa. Entre as estrelas do filme estão: Antonio Godi, Harildo Deda, Evelin Buchegger, João Miguel, Auristela Sá, Sérgio Guedes e Érico Brás.
 
Amos Gitai - Este ano, o festival homenageia o cineasta israelense Amos Gitai, que receberá mostra retrospectiva com 11 de seus principais filmes. Gitai foi indicado quatro vezes para a Palma de Ouro no Festival de Cannes e três vezes ao Leão de Ouro em Veneza, e vencedor de inúmeros prêmios por todo o mundo. A vinda do cineasta é realizada com apoio da Embaixada da França no Brasil. Atentos a vinda do artista ao país, a SecultBA firmou acordo com a Embaixada da França e o grupo de Cinema SALADEARTE, prolongando a estadia do diretor no país, com parada especial em Salvador, que acontece no dia 28 deste mês, com palestra do cineasta aberta ao público na SALADEARTE - Cine Vivo no Shopping Paseo que já garante uma mostra especial com seus principais filmes desde o dia 24.
 
"Amos Gitai fala de identidade, de troca, de tolerância e aqui existem territórios, comunidades que compõem a Bahia na sua diversidade. Acho que os baianos, além de compreenderem a obra de Amos, serão tocados por ela. Ele trata de temas universais, tem uma visão de tolerância, uma visão madura da situação dos conflitos em Israel. A vinda de Amos é uma lição política e humanista para todos", defende a adida cultural da Embaixada da França no Brasil, Irene Kirsch.