Cultura

OAB/SP PEDE RETIRADA DE OBRAS QUE MOSTRAM LULA SENDO DEGOLADO

Veja que loucura
| 17/09/2010 às 22:27
'Inimigos', do pernambucano Gil Vicente, estará na 29ª Bienal de SP.
Ordem dos Advogados de SP diz que obras fazem 'apologia ao crime' e pede que sejam proibidas.

Do G1, em São Paulo

imprimir Site de Gil Vicente traz quadro da série 'Inimigos' em que o artista corta a garganta do presidente LulaSite de Gil Vicente traz quadro da série 'Inimigos' em que o artista corta a garganta do presidente Lula
(Foto: Reprodução)


A seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) divulgou nesta sexta-feira (17) um comunicado em que pede a exclusão da série "Inimigos", do artista plástico pernambucano Gil Vicente, da próxima Bienal de São Paulo.

Algumas das obras, segundo a nota da OAB-SP, retratam "o autor atirando contra a cabeça do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso" e "de posse de uma faca, degolando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva".


Políticos e personalidades públicas como o papa Bento XVI, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, o premiê israelense Ariel Sharon e a rainha Elizabeth II também aparecem sob a mira do artista em outros quadros da série "Inimigos".

Para a OAB-SP, Gil Vicente faz "apologia ao crime", e "uma obra de arte embora livremente e sem limites expresse a criatividade do seu autor, deve ter determinados limites para sua exposição pública".

Em outro quadro da série de Gil Vicente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é ameaçado com arma.Em outro quadro da série de Gil Vicente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é ameaçado
com arma . (Foto: Reprodução)

O comunicado, assinado pelo presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, afirma que a entidade pedirá à Bienal que a série "Inimigos" não seja incluída na exposição, que abre suas portas para o público no próximo dia 25 de setembro.

O G1 procurou o artista por telefone, mas ele não foi encontrado até a publicação desta reportagem.

No final da tarde, a diretoria da Fundação Bienal divulgou um comunicado em que diz: "Um valor fundamental da instituição é a independência curatorial e a liberdade de expressão. As obras expostas não refletem a opinião dos curadores nem da Fundação Bienal".