Cultura

PIONEIRO DO SAMBA ROCK MARKU RIBAS FAZ SHOW NO PELOURINHO DIA 24

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| 14/09/2010 às 16:40
Marku tem 64 anos e manda ver no samba rock
Foto: Carlos França

Pioneiro do samba rock nacional nos anos 1970, o cantor e compositor mineiro Marku Ribas, comemorando 48 anos de carreira, lançará em Salvador, no dia 24 de setembro, seu mais novo trabalho intitulado 4 Loas. Bom na percussão e violão e dono de uma voz marcante, o músico se apresentará no Largo Tereza Batista, às 21 horas, dentro da agenda do Pelourinho Cultural, programa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.


No show, o artista de 64 anos vai apresentar músicas inéditas, todas de sua autoria, além de grandes sucessos da carreira, como os hits Zamba bem e Ô mulher. "Sempre gosto de cantar na Bahia. O público é quente e vai adorar o show, que tem um contexto bem dançante", explica Marku. O CD 4 Loas surge no mercado após 20 anos sem o músico lançar discos inéditos. Entre as novidades, estão as canções Querobem querubim - composta em parceria com o poeta e ator Arnaud Rodrigues, falecido em fevereiro deste ano - e Altas Horas, em parceria com o contrabaixista e compositor Luizão Maia, um ícone do samba no baixo elétrico falecido em 2005.


Com uma legião de admiradores entre os músicos da nova geração brasileira, a exemplo de Ed Motta, Max de Castro, Lenine, Paula Lima e Marcelo D2, o cantor subirá ao palco do Pelô acompanhado de Ezequiel Lima (contrabaixo), Fabinho Gonçalves (guitarra) e Ramon Braga (bateria). "Acho importante ser admirado pelas novas gerações porque me põe junto com a galera nova. Estou no meu tempo, 64 anos de idade e 48 anos de palco, e coloco a galera para dançar", diz.


História - Nascido em maio de 1947 na cidade de Pirapora, em Minas Gerais, próximo às barrancas do rio São Francisco, Marku Ribas se desdobrou em uma carreira bastante produtiva. Em termos musicais, gravou o primeiro disco ainda em 1967 e, desde então, tornou-se referência e influência para outros artistas. Dono de uma profusão criativa, Marku é conhecido pelas fusões rítmicas que vão do samba, xote, baião, batuque e reisado até o encontro com o jazz, rock, funk e a música caribenha. Suas composições foram gravadas por Alcione, Paula Lima, João Donato, Elza Soares, Jair Rodrigues e inúmeros outros cantores.


Na década de 70, gravou o emblemático disco Underground, recheado polirritmias, harmonias bem elaboradas e melodias difusas, expressando sua "internacionalidade", com uma atenção especial para as tradições africanas e caribenhas. O disco foi lançado nos anos 70, trazendo o grande sucesso Zamba Ben, que está entre os maiores hits brasileiros do samba-rock. Em 2008, gravou o seu primeiro DVD, Marku Ribas - Toca Brasil.


O músico também teve participações no cinema. Ribas atuou em filmes importantes da Nouvelle Vague, como Quatre Nuit D'une Revêur (1969), do badalado cineasta Robert Bresson, e Revolution (1970), de Jean-Marc Tibeau. Teve ainda atuações de destaque nos filmes de Helvécio Ratton, Uma onda No Ar (2002) e Batismo de Sangue (2007), em que viveu nesse último o revolucionário Carlos Marighela. Recentemente, participou de Lula, Filho do Brasil, de Fábio e Luís Carlos Barreto, e em Chega de Saudade (2008), da diretora Laís Bodanzky, onde faz par com Elza Soares na fictícia banda Luar de Prata.