Cultura

EMOÇÃO MARCOU SESSÃO PELOS 100 ANOS DO ILÊ AXÉ OPÔ AFONJÁ

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| 14/07/2010 às 12:10
Mãe Stella recebe homenagem de Olívia, junto a Juca Ferreira e Márcio Meirelles
Foto: Valdemiro Lopes

De Mãe Aninha a Mãe Stella, três outras yalorixás comandaram o terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá, que está comemorando 100 anos de fundado, no bairro de São Gonçalo do Retiro. Mãe Bada, Mãe Senhora e Mãe Ondina. Ao homenagear estas mulheres negras, responsáveis pela preservação das tradições da religião de matriz africana, a vereadora Olívia Santana (PCdoB) se emocionou e foi aplaudida pelo povo de santo que lotava o Plenário Cosme de Farias. Com a voz ainda embargada, ela relembrou a história do terreiro e saudou o matriarcado do Opô Afonjá: "Foram grandes mulheres, que desafiaram a dureza do racismo".

Fazendo uma reverência especial a Mãe Aninha, a fundadora do terreiro, cujo nome quer dizer Casa de Força Sustentada por Xangô, a vereadora lembrou que a yalorixá protegeu intelectuais e trabalhadores perseguidos pela ditadura, na época do Estado Novo.  

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o secretário de Políticas para as Comunidades Tradicionais, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Alexandre Reis, representaram o governo federal no evento. O governador Jaques Wagner foi representado pela secretária Luíza Bairros, de Promoção da Igualdade Racial.


Orixá da justiça


Mãe Stella, que assumiu o posto em 1975, recebeu das mãos de Olívia Santana uma placa pelo centenário do terreiro, um dos mais tradicionais do Brasil, ao lado de Juca Ferreira e do secretário estadual da Cultura, Márcio Meirelles. "É com muita emoção que saúdo Mãe Stella, esta mulher que zela pelo terreiro de Xangô, o orixá da justiça", declarou a vereadora.

A yalorixá, de 85 anos de idade, 70 deles dedicados à vida religiosa, agradeceu a homenagem e se disse feliz com o respeito crescente que o candomblé vem conquistando na sociedade, fruto da luta do povo de santo pela preservação das tradições de origem africana.

A mesa da sessão, aberta pela vereadora Vânia Galvão (PT), contou com as presenças, ainda, do vice-prefeito Edvaldo Brito; do deputado federal Luiz Alberto (PT); da promotora Márcia Virgens, do Ministério Público da Bahia; do ogan e presidente do Conselho Civil da Sociedade Cruz Santa do Opô Afonjá, José Ribamar Feitosa Daniel; e do obá de Xangô Luiz Domingos. Além do cantor Portela Açúcar e do Coral do Ilê Axé Opô Afonjá, houve apresentação de cantos aos orixás com alabês e clarins.