O artista plástico Chico Liberato assina obra intitulada Vasco da Gama - o navegador que ficará exposta permanentemente na Praça Wilson Lins, localizada no bairro da Pituba (local da sede do antigo Clube Português). A escultura em aço representa a revolucionária saga dos navegadores portugueses, e ressalta a importância do desbravador Vasco da Gama para o desenvolvimento da navegação em todo mundo. A inauguração acontecerá no dia 10 de junho, às 19h, e contará com a presença de artistas e autoridades.

A escultura idealizada por Chico Liberato tem a forma de uma caravela e mais de 7,5 metros de altura. Em suas velas estão gravados a Cruz de Cristo, dos descobridores portugueses, e o Opaxorô de Oxalá, que representa a diáspora africana. "O importante nesta obra é lembrar que as caravelas trouxeram o povo africano que é representado no símbolo de Oxalá", explica Liberato.

O monumento sugere uma viagem pela história do descobrimento do Brasil, onde a caravela ganha destaque por ter sido a invenção que possibilitou a expansão marítima. Toda a montagem do monumento foi feita em Salvador, com membros da comunidade da Estrada Velha do Aeroporto e o apoio de artesãos locais como Neguinho e Bernardo.

"Eu primeiro fiz um projeto e coloquei no Fazcultura. Quando eu fui aprovado, solicitei a Prefeitura Municipal um espaço para instalar a obra. Tinha solicitado a rua Fonte do Boi, no Rio Vermelho, mas a prefeitura escolheu a Praça Wilson Lins", completa Liberato.

Um artista multifacetado - Com talento reconhecido no Brasil e no exterior para as artes, o soteropolitano Chico Liberato fez carreira como artista plástico e também como cineasta. Chico retrata em muitos dos seus trabalhos figuras que permeiam um universo mais próximo às suas raízes como o sertão, os sertanejos e a arte popular regional.

Expôs pela primeira vez em 1963, na Galeria Goeldi, no Rio de Janeiro. Teve destacada participação no movimento cultural que envolveu vários artistas na década de 1960 em Salvador. Participou de diversas exposições coletivas, como a I Bienal de Artes Plásticas da Bahia em 1966, e Bahia Década 70 - no Instituto Goethe. Realizou também diversas mostras individuais, no Brasil e no exterior.

Entre 1979 e 1991 foi diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia e durante dez anos coordenou a área de Artes Visuais e Multimeios da Diretoria de Imagem e Som da Fundação Cultural do Estado da Bahia. Pioneiro do cinema de animação na Bahia, produziu o terceiro filme de animação de longa metragem feito no Brasil - Boi Aruá (1983), que documenta o cotidiano do Nordeste do Brasil, mais especificamente do sertão caatingueiro, através do mito do Boi Aruá. O filme foi premiado pela Unesco e também teve incentivo do Fazcultura.

Programa - O Fazcultura é um programa de incentivo ao patrocínio cultural realizado pelo Governo do Estado com recursos provenientes de abatimento no ICMS. O proponente encarrega-se de conseguir um patrocinador, que arca com 20% do valor do projeto. Os 80% restantes são garantidos pelo Governo do Estado, através de renúncia fiscal.

Cada projeto apresentado é avaliado pela Comissão Gerenciadora do programa e, quando aprovado, o proponente pode buscar patrocínio no setor privado. As empresas patrocinadoras também passam pela avaliação da Secretaria da Fazenda, que identifica se as mesmas têm capacidade financeira e regularidade fiscal. Se a empresa estiver apta, ela é contemplada com a liberação do título de incentivo. Com este título, o patrocinador está pronto para solicitar o abatimento no ICMS devido ao estado.