Com referências que vão da telenovela à fábula política, das artes plásticas
ao concreto das metrópoles, de Bertold Brecht ao novelista Manoel Carlos, o
grupo de teatro Tablado de Arruar apresenta em Salvador o espetáculo de
rua Helena Pede Perdão e é Esbofeteada, nos dias 7 e 8 de maio, às 17h, no
Cruzeiro de São Francisco, Pelourinho. Com apoio institucional do Pelourinho
Cultural e do Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural -IPAC/Secult, a
trupe paulista se apresenta pela primeira vez em Salvador e vai recriar na
rua o clima de telenovela.

Com texto de Alexandre Dal Farra e direção de João Otávio, o grupo retoma
apresentações ao ar livre, em busca do público passante e dos espaços
imprevisíveis. A peça conta a história de Helena e seu marido
recém-demitido, Augusto, cuja casa é invadida por um outro casal, Mary e
Jack. A entrada do novo casal (que são uma mistura de anarquistas com
terroristas) abala a relação de Helena e Augusto. Percebendo a nova
situação, eles decidem acompanhar Mary e Jack em suas propostas de ação como
em suas atividades políticas.

Numa encenação calcada na sobreposição de linguagens, uma televisão
instalada na rua permite um recorte de telenovela para o espetáculo, ao
mesmo tempo em que a cena ocorre ao vivo em relação imediata com o público.
O sarcasmo e a paródia são elementos que marcam o tom das personagens.

A peça mescla os recursos do melodrama e da telenovela, tendo como
influências principais alguns filmes de Pedro Almodóvar e Rainer Werner
Fassbinder, assim como as peças didáticas de Bertold Brecht, em especial *
Aquele** que diz sim e aquele que* *diz não*.