Cultura

MESTRE VITORINO MOREIRA E ARTESÃOS DE MARAGOGIPINHO NO MAUÁ DO PELÔ

Vide
| 17/03/2010 às 11:20
Mestre Vitorino Moreira é um dos mais expressivos artistas de Maragogipinho
Foto: Francisco Moreira da Costa
"Maragogipinho e a Tradição do Barro" é a exposição de mais uma Sala do
Artista Popular (SAP) que estará em cartaz de 25 de março até 28 de abril, no Instituto Mauá Pelourinho.

Potes, panelas, moringas, alguidades, mealheiros e muitas outras peças da cerâmica
de Maragogipinho, distrito do município de Aratuípe (BA), ficam em exposição
no Instituto Mauá, no Pelourinho, dentro do Programa Sala do Artista
Popular.

O projeto é uma promoção do Centro Nacional de Folclore e Cultura
Popular do Instituto do Patrimônio Histório e Artístico Nacional
(IPHAN/Ministério da Cultura), e Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA)
através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) e Núcleo de
Culturas Populares e Identitárias.

ARTESANATO

Esta é a quarta edição do projeto em Salvador que neste ano traz a produção artística de Maragogipinho, em especial, a do mestre Vitorino Moreira, tradicional oleiro que completa 90 anos de idade. A história conta que os índios da tribo Marag - Gyp (Rio
dos Mosquitos) tinham braços fortes, e é daí a nominação de Maragogipinho, o
mais importante pólo de produção de artesanato da Bahia.
 
Os braços fortes herdados dos antepassados e as mãos delicadas que manuzeiam o barro e a argila se tornaram instrumentos importantes para o processo da feitura do
artesanato e foram fundamentais para esta localidade do Recôncavo. Há
aproximadamente 300 anos, as primeiras olarias foram construídas pelos
padres jesuítas e hoje em dia a sustentação economica de Maragogipinho se dá
através da produção constante dessas olarias.

Toda terça-feira, um saveiro com diversas peças atravessa o rio Jaguaripe em
direção a Baía de Todos os Santos, com destino certo: a Feira de São
Joaquim, em Salvador. A partir daí, as obras seguem para a rua das cerâmicas
(na própria Feira) e para lojas especializadas da capital baiana que
costumam vender, principalmente, para os turistas.

CERAMISTAS

No Instituo Mauá, são 8.101 ceramistas cadastrados, com média de vendas de
R$ 33 mil / mês nas lojas da Barra e Pelourinho. No ano de 2009 o Instituo
contabilizou a venda de mais de R$ 400 mil, sendo a cerâmica a "campeã de
vendas", responsável por 19% das peças comercializadas. Segundo informações
do Instituto Mauá, o público alvo da loja são turistas, brasileiros,
principalmente de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul e os
estrangeiros são preferencialmente latinos, com destaque para Chile, Uruguai
e Paraguai. "Na exposição, quem optar por adquirir uma obra pode fazer isso
diretamente na loja do Pelourinho", explica a gerente de Preservação e
Memória do Instituto Mauá, Eliana Rocha.

Na exposição, obras de diversos artistas do distrito estarão à mostra e à
venda. Paralelo a mostra, será apresentado o documentário *Mestre Vitorino -
Histórias do Barro** *realizado pelas jornalistas baianas Bianca Moreira e
Thalita Nascimento. O vídeo produzido como trabalho de conclusão de curso em
2008 conta a vida do artesão e ressalta suas principais obras, o Boi-Bilha e
as lajotas decoradas com Tauá e Tabatinga (tinturas extraídas da argila).

Serviço
O que: Exposição Maragogipinho e a Tradição do Barro.
Quando: 25 de março (vernissage) até 28 de abril.
Horário: Segunda a Sexta - 09h as 17.30h (Rua Gregório de Mattos - n 27 -
Peloruinho).
Gratuito.