Cultura

VALSA Nº 6 DE NELSON RODRIGUES NO AMÉLIO AMORIM DE FEIRA DE SANTANA

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| 02/03/2010 às 11:28
O universo de Nelson Rodrigues, um dos mais polêmico autores brasileiros, em um dos seus textos mais complexos, com montagem inovadora e audaciosa, a peça Valsa nº 6, retorna à cena, no palco do Centro de Cultura Amélio Amorim (CCAAm) - Feira de Santana, nos dias 5, 6 e 7 de março, às 19h30, com a Companhia Teatral Girassol, e ingressos populares - R$ 10 inteira e R$ 5 a meia.


Valsa nº 6 foi escrita por Nelson Rodrigues em 1951, para marcar a estreia da irmã Dulce Rodrigues. Ficou pouco tempo em cartaz, apesar dos aplausos da crítica. É um monólogo bem ao estilo do dramaturgo e a personagem Sônia é uma adolescente assassinada aos 15 anos, morta e viva em cena, que delira.


Montagem feirense, com adaptação e direção de Gugu Anjos, a personagem Sônia é interpretada por três atrizes - Edilma dos Anjos, Elaine Mattos e Keu Kosta - que se revezam na ruminação de lembranças amargas, envolvendo os personagens que marcaram sua vida, principalmente a mãe e Dr. Junqueira, maníaco sexual suspeito do crime.


O recurso utilizado pelo diretor ajuda na compreensão da complicada trama. As três atrizes demonstram química perfeita, oscilando as alucinações da personagem, ora uma criança idiotizada, ora uma mulher fatal. "A composição do personagem e dos elementos introduzidos em cena é resultado de inúmeras experimentações e pesquisas sobre o universo rodriguiano", explica Gugu Anjos.


Elaine Mattos, como o diretor e as duas outras atrizes, é estudante de Letras da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Não economiza elogios à obra ousada e inovadora de Nelson Rodrigues que está para o teatro brasileiro como a Semana de Arte Moderna está para a literatura e artes plásticas. "É um desafio encarar um personagem tão complexo, principalmente com uma montagem ousada. Mas valeu a pena. Sônia arrebata, cativa e, principalmente, emociona", afirma.