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MENSAGEM:
Caro Tasso,
pax et bonum!
Acabei de ler seu artigo postado no "Bahia Já". Parabenizo-o pela reflexão. Outros interesses, humanos e, consequentemente, pequenos, se misturam com reflexões ditas "moralistas".
Como está em minha "seara", permita-me acrescentar. O que popularmente se chama de "moral de jegue", é designado na teologia moral como sendo "moral dupla". Os exemplos são muitos... A mesma sociedade que se põe contra a exploração infantil, do sexo e do trabalho, é a mesma que quer legitimar o aborto. As mesma instituições que punem por "atentado violento ao pudor" àqueles que urinam em vias públicas, são aqueles que aplaudem e patrocinam os que estão nus em carros alegóricos e assim outros tantos exemplos contraditórios de quem não se conhece e não sabe aonde chegar.
É muito clara a diferença entre o homem moral, que se auto-impõe padrões e referências de conduta e procura seguí-los; e o homem moralizante, que deseja impor para outros padrões de conduta que nem ele mesmo conseque cumprir.
Exatamente neste limiar que precisamos retomar alguns valores do ser humano. Superando o moralismo hipócrita, mas restabelecendo a estrutura ética que a pessoa necessita para sua própria sobrevivência, pois, dizia Ricoer, onde dois ou três estiverem convivendo é preciso o consenso. Ou o que se pode chamar de ética de alteridade. Só a pode utilizar quem já a possui para si mesmo.
Acompanhei as informações através de seu site e de outros. Jornalistas perspicazes que souberam fazer uma boa leitura do que viram por seus óculos ou lentes. Estendo as congratulações às famosas e até picantes "miudinhas", como também ao excelente artigo de Zé de Jesus que teve direito até a um bom latim.
Saudações, pois, e votos de uma quaresma que assegure a todos uma Páscoa feliz.
(frei Ruy Lopes, Capuchinho, por e-mail)