Cultura

A LÍNGUA PORTUGUESA É O LATIM DO SÉCULO XXI, POR TASSO FRANCO

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| 09/02/2010 às 09:28
Se Ivete Sangalo cantasse em inglês seria uma Beyoncé
Foto: DIV

    O português é uma língua morta. Salvo o que se fala em Portugal, no Brasil e ex-colônias d'África e Ásia, diferentes em sotaques uns dos outros, e sem relevância no mapa mundi, na Europa, Ásia, Estados Unidos, América Latina e Canadá esqueça o nosso latim e use o inglês ou o espanhol. Não adianta insistir porque até em folhetaria não há nada na língua do velho Camões.


    O Louvre, que é um museu emblemático na Europa, tem uma bancada com folhetaria explicativa de roteiro básico em todo tipo de língua - chinês, árabe, alemão, espanhol, japonês, italianao, inglês, etc - menos em português. Na Alemanha, então, se você não falar inglês ou alemão use a mímica, porque de português algumas pessoas só sabem dizer Pelé e Lula.

   

   O Brasil deveria repensar o ensino do português em sua rede base de ensino. Seria até radical sugerir o fim a longo prazo do uso do português, não fosse os aspectos culturais e a dimensão continental do Brasil. Mas, é o lógico, o contemporâneo, porque não adianta ficar na contra-mão. No País Basco, norte da Espanha, já é assim: obrigatório o ensino do inglês (e do basco) a partir dos 4 anos de idade.

  

   No País Basco e na Catalunha não se ensina espanhol embora essas áreas sejam na Espanha. Assim como na Alemanha, Holanda, Bélgica, Suécia e outros quase toda gente fala inglês. Todas atendentes de lojas - salvo raríssimas exceções - taxistas, prostitutas, camelôs, porteiros de teatros, camareiras, etc - falam inglês. Em Salvador, mesmo no Iguatemi que é o shopping mais antigo da cidade são raras as atendentes que falam inglês, embora o estabelecimento tenha até ônibus especial reservado à turistas.


    O Rio de Janeiro, desde a época César Maia, tem a rede pública municipal do país (+ de 700 mil alunos) que já estudam inglês. Salvador deveria copiar esse exemplo e retirar  do currículo tanto no fundamental como no básico história da África e outras bobagens e ensiar inglês pra valer, e não apenas noções básicas.


   Porque essa insistência? Ora, na prática, na vida real, já de algum tempo e não só nos dias atuais, para se ingressar numa empresa de porte médio ou numa multi, onde estão os melhores salários e progressões de carreiras - Ford, Milenium, Vale, Volks, CSN, Petrobras, Odebrecht, OAS, Camargo Correia, etc - exige-se inglês. Nem adianta concorrer sabendo toda história de Gana e orixás que não vale nada.


   Nos níveis médio e intermediário essa também é a exigência. Recepcionistas de uma forma geral, especialmente para hotéis e pousadas, garçons, taxistas e motoristas para empresas e toda essa gama de atores do maior e único evento internacional da cidade do Salvador, o Carnaval. Porque os artistas baianos não fazem sucesso no exterior? Simples: por que cantam em português. Carlinhos Brown tentou driblar essa situação mudando até de nome na Espanha, para Carlito Marron, e Roberto Carlos, agora dando lições de "moral de jegue" sobre como fazer sexo, fez um antológico bolachão em espanhol.


  Na Europa e Estados Unidos existem várias bandas da Jamaica, Colômbia, Caribe, África fazendo o maior sucesso independente de tocarem para suas comunidades nesses países. Shakira canta em inglês e vende horrores. Enquanto isso, nossas estrelas maiores - Daniela Mercury e Ivete Sangalo - ficam limitadas a Portugal e Espanha e olhe lá. Quando um cantor brasileiro vai a NY é pra participar do Brazilian Day, que é uma festa eminentemente tupiniquim. Ou vai cantar num teatro, mesmo os mais famosos, com platéia formada por brasileiros.