Uma mostra diferente e necessária contempla um grande número de artistas e tem como tema a PAZ.
 

Está em cartaz no Casarão, novo espaço de arte, que fica no Largo de Santo Antonio, Além do Carmo, no Centro Histórico de Salvador, a Exposição 2.234, coletiva internacional, que reúne 125 artistas de países, estados, gerações e estilos distintos, cada um com sua própria linguagem e poética.

A mostra tem o intuito de chamar atenção de todos os setores da sociedade e das esferas de poder, na busca de uma solução, já que a violência que atinge o mundo, de tanto alardeada tornou-se um assunto banalizado.

São artistas sensibilizados com essa nobre causa que contribuem no sentido de aglutinar, provocar, fazer-se ouvir e aguçar o senso crítico das pessoas. 

Nas palavras do grande líder pacifista indiano Mahatma Gandhi (1869 - 1948), "A força gerada pela não-violência é infinitamente maior do que a força de todas as armas inventadas pela engenhosidade do homem."

E na declaração final do congresso mundial sobre a aplicação da recomendação relativa à condição do artista, da Unesco, consta que "A criação artística é um fator determinante para a preservação da identidade dos povos e a promoção do diálogo universal... Estamos plenamente conscientes da contribuição essencial que a arte e os artistas podem fazer para uma melhor qualidade de vida, para o desenvolvimento da sociedade e o avanço da tolerância, da justiça e da paz no mundo". 

A EXPOSIÇÃO

Sob a coordenação dos artistas plásticos Gustavo Moreno e Leonel Mattos, cada artista recebeu uma réplica de um revólver, em gesso, para a partir desse objeto que traduz  a violência, conceber obras que o transforme, e  expresse a paz.

A exposição 2.234  é uma versão brasileira da Ex-pistols (ex-pistolas), idealizada pelo Artelier Mécano, em Trieste, na Itália, no ano de 2008, quando artistas italianos promoveram um movimento com o mesmo objetivo.

Na mostra, os baianos exibem pinturas, esculturas, fotos, instalações e objetos. Os artistas de outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná; de países como Estados Unidos, França e Argentina;  e os 50 artistas italianos, participam virtualmente, através de fotos projetadas em telão.

O resultado diante de tantas cabeças criativas não poderia ser outro: belos, surpreendentes e instigantes trabalhos de conceitos e múltiplas linguagens, convivem lado a lado em perfeita harmonia.

A exposição conta ainda com pinturas em lenços produzidas por 35 crianças da Escola Estadual Marquês de Abrantes, que fica na Ladeira do Boqueirão, no bairro de Santo Antonio.

O curador da mostra, Leonel Mattos, acertou na dosagem quando convidou artistas de várias procedências, renomados e emergentes. Com isso evidencia um modo democrático de se fazer arte e deixa claro que é importante contemplar e estimular os muitos artistas que fazem parte da cena cultural baiana, pousando um olhar livre de preconceitos artísticos.

Uma exposição nesses moldes, que junta 125 artistas de uma só vez, só se vê em Salões ou Bienais. Aqui na Bahia, que eu saiba, nunca houve nada igual. A não ser, guardada a devida proporção, a Exposição Cadastro, realizada pelo MAM, nos anos 80. Mas aí o nome já diz: foi uma mostra para cadastrar todos artistas  do nosso estado.

Em 2010 a mostra seguirá em itinerância para seis capitais brasileiras.

O numeral que dá título à exposição, 2.234,  significa o número de mortes violentas ocorridas em Salvador e Região Metropolitana (RMS), no ano de 2008.

A mostra tem o patrocínio do Shopping Iguatemi, da Holding LGR e do Instituto Íris.

Participe você também visite a exposição e dê a sua contribuição para se estabelecer a PAZ  em todo o mundo. O Casarão fica no Largo de Santo Antonio Além do Carmo, s/n. A exposição vai até o dia 10 de janeiro de 2010, de terça-feira a domingo, das 10h às 19h.Telefone: (71) 3242-9911. Entrada franca.

ARTISTAS CONVIDADOS

América Latina

Brasil: Ivald Granato (SP), Kátia Velo (PR), Nani Matarazzo(SP), René Machado(RJ), Ricardo Gomes (BSB), Vanderley Zalochi (SP)

Bahia:  Adauto Costa, Alice Ramos, Álvaro Sampaio, Almandrade, Ana Castro, Anderson Santos, André Moreno, Ângela Cunha, Antonio Leal, Antonio Salvino, Aruane Garzedin, Bel Borba, Beth Souza, Bruno Ribeiro, Café, Carga Noronha, Carlínio França, César Romero, Chico Liberato, Chico Macedo, Davi Caramelo, David Glat, Denise Pitágoras, Eckenberger, Ediane do Monte, Edison da Luz, Fabrício Branco, Fernando Coelho, Florival Oliveira, Gil Mário, Gley Melo, Guache Marques, Gustavo Moreno, Jaime Figura, Jorge Amaro, Juarez Paraíso, Júlio Costa, Juraci Dórea, Justino Marinho, Leonel Mattos, Lígia Aguiar, Luiz Folgueira, Marcelo Juventino, Márcia Magno, Marcio Lima, Marcio Santana, Marcos Buarque,  Mimi Fonseca, Paulo Rufino, Ramiro Bernabó, Rebouças, René Rama, Roney George, Sandra Valentim, Sante Scaldaferri, Sérgio Rabinovitz, Tadeu Augusto, Tatti Moreno, Telma Ferraz, Terciliano Júnior, Vauluizo Bezerra, William A, Zau Pimentel, Zélia Nascimento.

Argentina: Edson Mourafranco

Estados Unidos: Fernando Carpaneda,

Europa: Sins (Suíça), Stéphane Herbert (França), Monamoon (Londres)

Participantes Artelier Mécano, idealizadores da exposição Ex Pistols em Trieste/Itália/2008:
 

Claudio Farina, Christina Kruml, Elisa Vladilo, Gina e Gione Score,  Barbara Loden, Cesare Picotti e Rosella Pisciotta, Valentina Azzopardo, Coletivo de artistas, Mino Centro,  Stefano Stiglich, Giulio Polita, Ivan Bormann, Isabella Bullo, Sergio Pancaldi, Ariella Santoro, Francesca Tija,  Luigi Merola, Giorgio Mastrolia, Christiana Viola, Rui Coelho, Aljosa Puric, Sebastian Degli Innocenti, Davide Dionísio, Paola Castellan, Fábio Bressan, Max Jurcev, Lilia de Mattia, Cesare Grazioli, Francesca Germani, Paul Pacho, Davide Del Degan,  Barbara Romani, Madalena Dalla Libera e Pepi,  Nina & Verti Rules,  Diefo Iaconfcic, Chiara Franceschini, Christian Fermo, Samantha Fermo, Alice Rubino, Federica Marchesich, Matilde Zacchigna, Fabrizzio Arpesella, Francesco Lukarich, Stefano Graziani, Elena Greco, Sergio Medeot, Giovani Damiani, Eleonora, Roney George e Gustavo Moreno, Luca Zaro.