Cultura

ATRASO DE VIDA: CONSELHO DE CULTURA TOMBA PRÉDIO DO ANTIGO MARISTA

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| 26/11/2009 às 14:18
Prédio sem valor histórico é tombado e pode servir a UFBA
Foto: BJÁ
  O Conselho Estadual de Cultura da Bahia aprovou, por unanimidade, no final da tarde da última quarta-feira, 25, o processo de tombamento permanente do Colégio Marista, no bairro do Canela. A votação contou com treze membros do conselho e foi assistida por representantes da Associação de Pais e Mestres do Colégio Marista de Salvador (Apamema).
 
  O próximo passo para a efetivação do tombamento é a entrega da ata de aprovação do conselho ao governador Jaques Wagner, para a publicação no Diário Oficial. O prédio onde funcionava o colégio estava tombado temporariamente desde o final do ano passado, quando pais, alunos e funcionários protestaram e entraram com ação judicial contra a venda do imóvel pelo grupo Maristas à construtura Queiroz Galvão, de Recife, e o encerramento das atividades escolares da instituição com 104 anos de tradição.
 
  O resultado de mais de um ano de batalhas judiciais foi recebido com alegria por membros da Apamema. "O Marista é símbolo da educação baiana e terá a sua história preservada. O sentimento que temos é que honramos todo o esforço que os primeiros irmãos Maristas tiveram ao construir, ao longo dos anos, um espaço gerador de pessoas de valores, que se propõem a trabalhar em prol da comunidade e da educação", destaca a representante da associação Mônica Baqueiro.

  Alunos também ficaram satisfeitos com a decisão. "Acho que [o tombamento] é a melhor a saída. Melhor que demolir e transformar aquele espaço em um prédio", avalia Bárbara Sansão, 15 anos, que estudou até o ano passado no Maristas do Canela. Ela conta que ficou sentida pela fechamento da instituição. "Acho que não vai ter nenhum colégio como o Maristas", diz a aluna.

  Segundo o assessor jurídico da presidência do Grupo Maristas, Ivan Bastos, há cerca de um mês, a empresa Queiroz Galvão, que compraria o espaço do colégio para a construção de um edifício residencial, renunciou o direito de compra do imóvel em favor do Instituto Federal da Bahia (IFBA), o antigo Cefet-BA.

  "Assim que esse imóvel for passado ao antigo Cefet, a questão do tombamento passa a ser do Ministério da Educação e do Governo da Bahia. A renúncia da empresa foi um ato muito nobre, que cedeu em prol da educação pública, o que demonstra que nem toda construtora visa apenas o lucro especulativo", afirma Bastos.