Cultura

VIAGEM AO CREPÚSCULO REVELA VIDA COTIDIANA DO POVO CUBANO

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| 24/11/2009 às 13:02
Livro será lançado em 4/12 na Midia Louca, Rio Vermelho, 19h
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No final de 2007, o jornalista Samarone Lima pediu licença do trabalho, comprou passagens para Havana, e viajou com um único objetivo - conhecer de perto a vida real dos cubanos. Para isso, evitou hotéis, se hospedou nas casas dos cubanos mais simples, onde ganhou amigos e confidentes. Aos poucos, diversos relatos se transformaram num imenso mosaico sobre a vida na ilha, após 50 anos de um fechado Regime Comunista.

De vendedores do Granma, jornal oficial do Partido Comunista, a artistas, de aposentados a funcionários da saúde. Da esforçada vendedora do mercado negro de alimentos, que o hospedou, à máfia para a compra e venda de passagens de trem e ônibus. Todos contaram suas histórias, registradas somente à noite, para não chamar a atenção do regime cubano.


Poucos dias depois do retorno ao Brasil, Samarone foi surpreendido com a renúncia de Fidel Castro. Novamente, os olhos do mundo se voltaram para a mais famosa ilha do Caribe.


O panorama destes encontros, repleto de emoção, numa narrativa de tirar o fôlego, está no livro "Viagem ao crepúsculo", publicado pela editora Casa das Musas.


Mesmo sendo autor de dois livros-reportagem ("Zé", Mazza Edições, 1998 e "Clamor", Objetiva, 2003), Samarone preferiu abdicar das regras clássicas do jornalismo. Não agendou entrevistas, não procurou grupos pró ou contra a revolução, não se guiou por uma pauta prévia. Mais que isso, não fez perguntas aos cubanos. Preferiu escutar, observar e registrar. Cada dia em Cuba, se tornou uma grande aventura.


O livro, com 232 páginas, narra a preparação da viagem, a chegada a Havana, as descobertas e impasses, e leva o leitor a uma viagem pelas casas e ruas, seus labirintos e perigos, tristezas e esperanças, chegando até Camagüey, cidade no interior do país. Um retrato fiel dos últimos dias de Cuba sob o comando de Fidel. Uma verdadeira viagem ao crepúsculo