Cultura

GRAFITEIROS SALVADOR SAEM DAS RUAS E EXPÕEM EM SOLAR COLONIAL DO PELÔ

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| 17/09/2009 às 11:20
Os grafiteiros saem das ruas e vão para os salões do Solar do Ferrão na sexta-feira, 18
Foto: DIMAK

Figuras, formas, cores, letras e mensagens espalhadas, geralmente, em vias públicas de Salvador estarão, a partir desta sexta-feira (18), na Galeria Solar Ferrão, na mostra de grafite MUROS.

A exposição, promovida pela Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Dimus/IPAC), vai reunir painéis criados por 11 grafiteiros baianos: Afro, AC, Core, Denissena, Dimak, Fael 1º, Neuro, Peace, Rima, Sidoka Vandal e Sisma, todos engajados no circuito da arte urbana. Para acompanhar as intervenções, o Sistema de Som Perambulante do MINISTEREOPUBLICO - uma equipe de som de Salvador especializada em reggae, dub, ragga, dancehall e jungle, vai se apresentar, na abertura do evento.

Grafite ou grafito, do italiano graffiti, é o nome dado às inscrições feitas em paredes, desde o Império Romano. Hoje, considerada uma forma de expressão incluída no âmbito das artes visuais, a prática continua ganhando notoriedade, sobretudo nos grandes centros. MUROS pretende promover um contato entre esse movimento de interferência urbana e o Pelourinho - um patrimônio tombado pela UNESCO.

"Com isso, pretendemos estimular para que o espectador possa fruir de uma estética presente no nosso cotidiano, mas que, muitas vezes, passa desapercebida aos nossos olhos por estar inserida no confuso e caótico contexto visual urbano", diz  Daniel Rangel, diretor de Museus do IPAC e curador da mostra, junto com Anderson Cunha, o AC.

"Com artistas de diversas gerações e estilos, esta mostra traz um panorama do que vem sendo realizado nas ruas de Salvador desde a década de 90. Apesar da marcada influência do grafite nova-iorquino, eles permanecem convictos de sua baianidade e imprimem sem clichês seus trabalhos em muros do Brasil e do mundo. E é isso que vamos levar pra galeria", garante Cunha.


OS ARTISTAS


Artistas versáteis e totalmente conectados com a contemporaneidade, os 11 artistas se utilizam de outras mídias, além do grafite nos muros, como Dimak, que cria tatuagens e quadros e já expôs, junto com o Coletivo 071, do qual faz parte, na Galeria Acbeu, aqui em Salvador. Outro exemplo é Denissena, arte-educador e criador da capa e das ilustrações do recém-lançado livro "Histórias de negro" (Edufba), de Ubiratan Castro.


Além disso, alguns dos artistas têm suas intervenções espalhadas pelo mundo. Peace fez pinturas durante o Festival de Roskilde na Dinamarca, em 2007, e tem passagens por Lisboa, Oslo e Skarnes (Noruega); Sisma mostrou sua arte, ano passado, em duas cidades francesas. No começo de 2009, Denis expôs na Galeria Okioiei, em Tóquio, e, nesse segundo semestre, AC tem presença garantida no Festival Internacional da Nova Arte Brasileira, em Barcelona.