Cultura

LANÇAMENTO DE LIVRO NA ALIANÇA FRANCESA DO POETA JEAN-JOSEPH

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| 13/08/2009 às 17:00
 

Será lançado no dia 18 de agosto, às 19h, na Aliança Francesa, o livro Quase-Sonhos & Traduzido da Noite, do poeta malgaxe Jean-Joseph Rabearivelo (leia-se JAN JOSEF RABERRIVÉLO) com tradução do poeta baiano radicado em Londres, Natan Barreto. O livro é uma coletânea das duas obras mais importantes do autor - Quase-Sonhos e Traduzido da Noite - considerado o precursor da literatura moderna de Madagascar. O lançamento faz parte das comemorações do Ano da França no Brasil.


Quase-Sonhos & Traduzido da Noite é uma edição bilíngue com textos originais em francês e tradução para o português do poeta baiano Natan Barreto (Sob os telhados da noite, Esconderijos em papéis), há 20 anos residente na Europa. Na noite no lançamento, Barreto fará a leitura de algumas poesias em francês e português.


"Tive conhecimento da poesia de Rabearivelo em 1993, e sempre desejei publicá-lo no Brasil. Em seus versos vislumbram-se paisagens antes não reveladas. E a Madagascar que ele descreve traz algo do Brasil rural, na geografia, nos costumes e na simplicidade," diz Barreto.


Lançado pela editora baiana Kalango, a coletânea Quase-Sonhos & Traduzido da Noite estará disponível nas livrarias de Salvador, a partir do dia 18 de agosto.


Sobre , Jean-Joseph Rabearivelo


Nascido em torno de 1903, Jean-Joseph Rabearivelo foi um homem dividido entre duas culturas, duas línguas, dois países. O seu amor pelo idioma de Baudelaire influenciaria os primeiros poemas. Mas quando passa a utilizar o francês adotivo como meio de expressar a sua verdadeira identidade, descobre a sua própria voz e segue tentando realizar o que talvez fosse impossível: "Permanecer somente, unicamente e puramente malgaxe."


A história de sua vida pessoal é fascinante e dramática. Descendente de uma casta real arruinada, ele cresceu numa sociedade em desordem devido à conquista colonial francesa, quando o francês passara a ser a língua oficial. Autodidata, foi ensaísta, tradutor, romancista, dramaturgo e poeta.


Sua morte foi prematura e premeditada. Com dívidas que advinham de um salário baixo, do uso de ópio, do vício no jogo e da incessante compra de livros, e tendo lhe sido negada a possibilidade de representar Madagascar na exposição universal de Paris, onde seria apresentada uma peça sua, Rabearivelo cometeu suicídio, ingerindo cianeto de potássio, em 1937.