Cultura

DIRETOR DE CRIAÇÃO DA LEIAUTE RESPONDE ARTIGO DE MARCO GAVAZZA

Vide
| 30/07/2009 às 23:06
Discussões sobre a publicidade na Bahia e a leitura de Sun Tzu
Foto: Ilustração
 

Caro Marcos Gavazza.

Sempre que posso, visito o site Bahia Já - do qual gosto muito. Foi assim que li o seu artigo. Estou lhe respondendo porque lhe respeito muito e acho que você não entendeu o processo de escolha das agências que atendem o atual governo. Formou sua opinião com base no que dizem duas ou três das 30 agências que concorreram.


Eu sei que deve ser difícil para você entender as novidades, afinal há uma cultura muito arraigada, você certamente militou tantos anos numa seara onde o governo dizia "a agência é essa" e acabou. Era a Bahia do QI - Quem Indicou - e foi assim desde o Brasil colônia.


Que eu me lembre, ninguém era "doido" de fazer artigo criticando a escolha da agência do governo antes de 2007. O jornal A Tarde sofreu na época por ser voz discordante. Por sinal, não encontrei - nem no Google - qualquer artigo seu criticando o monopólio da publicidade existente antes do atual governo. Você nem fez um artigo questionando o processo de escolha de agência anterior. Você concordava com o que era feito?


Todos sabem que esse processo mudou.


A escolha das agências para atender a conta do governo baiano em 2009 foi fruto de um processo licitatório tipo "Melhor técnica", seguiu à risca as recomendações do TCU, com envelopes lacrados, padronizados, sem identificação do concorrente e com exposição pública das propostas técnicas para quem quisesse ver. Isso também não havia na Bahia.


Venceram as melhores propostas, as mais adequadas, de agências com portfólios inquestionáveis. Por isso, sinto que você está mal-informado sobre o mercado publicitário. Veja o que diz o Mestre Sun Tzu:


- "Aquele que durante anos confronta o inimigo em busca da vitória numa batalha decisiva, mas que, por cobiçar postos, honrarias e peças de ouro, se mantém na ignorância da situação do adversário, é destituído de qualquer tipo de humanidade."
- olhe, não estou dizendo que ninguém é inimigo nem adversário, é só uma citação.


As agências escolhidas pelo processo licitatório estão entre as melhores do mercado publicitário atual, com ampla e positiva experiência no quesito marketing político. Por exemplo, na escolha das agências que atendem a conta da Prefeitura de Salvador, a minha agência ficou em primeiro lugar, enquanto a sua preferida, sem nenhum demérito, ficou em quarto. As agências que ficaram em segundo e terceiro nessa mesma licitação (da prefeitura), também foram selecionadas para o governo.

Você sabia?


Sobre suas especulações a respeito da sucessão ao governo estadual, aí você deixa transparecer que é torcedor de um candidato, daí o que você escreve parece com que o candidato fala.

Será?


Mas opinião é que nem umbigo, cada um tem a sua. Tudo bem.


Quero lembrar que Jaques Wagner venceu de forma inusitada e acachapante em 2006.  Pelo que me consta, o "dream team" a que você se refere em seu artigo, se participou da campanha, foi do lado que perdeu.


Voltando à licitação, eu lhe pergunto: você foi conferir as propostas técnicas das agências concorrentes? Elas ficaram em exposição pública durante dias. Viu a proposta da agência que você declara ser sua preferida? Comparou com as demais? Deveria.


Na verdade, você já entrou nessa discussão com opinião fechada. Li dois artigos seus. Você é contra o processo e pronto. Deve ter uma boa razão, mas fato, fato concreto mesmo você não tem.


Parece que você leu Sun Tzu muito recentemente e ainda está empolgado. Eu também fiquei quando li ainda estudante, é genial mesmo. Mas caso você esteja advogando para uma agência a quem você presta ou pretende prestar serviço, então é causa própria, aí Sun Tzu não vale. Espero que não seja.


Nesse caso, eu ficaria com um velho dito popular, brasileiro mesmo: "sabedoria, quando é demais, cresce, vira bicho e engole o dono".


Carlos Eduardo Andrade (Carlinhos)

Diretor de Criação da Leiaute Propaganda