Cultura

PORTAL IMPRENSA REVELA QUE LIVRO DE CHICO VIANA S/ BOMBRIL É CENSURADO

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| 28/05/2009 às 10:00
   O livro "Surdez das Empresas: Como ouvir a sociedade e evitar crises", organizado pelo jornalista Francisco Viana, teve seu lançamento suspenso - sob pena de multa diária de R$ 50 mil - por conta de uma liminar impetrada pela Bombril.

  Publicado pela editora Lazuli, o livro traz um case inédito sobre a recuperação judicial da empresa, relatado por José Bacellar, ex-diretor-presidente e ex-membro do
conselho de administração da Bombril. 

   A decisão partiu do desembargador Guimarães e Souza, Juiz  de 2ª instância e relator do processo, que corre na 29ª Vara Civel de São Paulo. Anteriormente, a juiza Valéria
Maldonado tinha indeferido a solicitação da Bombril de, além de supender o lançamento do livro, marcado para esta terça-feira (26), proibir a sua circulação com a
e0xpressão "Bombril, bem como a abstenção de sua veiculação/circulação em qualquer meio de comunicação.

  No capítulo "Bombril, das páginas policiais à recuperação econômica", ele comenta o período entre julho de 2003 e julho de 2006, em que a empresa foi administrada judicialmente, e conta a estratégia de comunicação corporativa adotada pela equipe responsável por tal administração. 

   No entanto, apesar de o texto ser focado na estratégia de comunicação para cuidar da imagem da Bombril durante o período de intervenção da Justiça - quando a mídia
produziu uma cobertura negativa sobre o assunto -, Bacellar conta situações como o conflito entre o então proprietário da Bombril, o empresário italiano Sérgio Gragnotti, e o acionista Ronaldo Sampaio Ferreira, filho do fundador da empresa.

   A Bombril Holding era a então controladora da Bombril S.A.. A segunda comandava efetivamente as atividades da empresa e esteve sob administração da Justiça por três
anos. O ex-diretor presidente considerou no texto que a guerra da Bombril com a Bombril era "surreal". 

  "Parece surrealismo, mas é a realidade: a Bombril S.A. entrou com ação judicial contra a sua controladora, a holding que leva o nome Bombril, na 10ª Vara de São Paulo,
em março de 2005. O objetivo era recuperar créditos de R$207 milhões de empréstimos, concedidos para a empresa de Sérgio Cragnotti e que não haviam sido pagos", diz no texto.

  Ao Portal IMPRENSA, Francisco Viana - que é colunista da revista IMPRENSA - afirmou que convidou Bacellar para preparar o case porque este "foi um grande caso de relacionamento com a mídia, um trabalho inédito de aliar comunicação e gestão. Não é um case de denúncia, é uma história comentada a partir da crise vivida pela empresa". 

  "Eu descobri que a Bombril tem 1002 utilidades", comentou o jornalista. "A empresa está preocupada em combater os valores republicanos e democráticos e impor censura à liberdade de expressão. A Justiça vai prevalecer e garantir os direitos à sociedade", declarou. 

   A reportagem entrou em contato com a Bombril, mas ainda não obteve resposta.