Contar histórias é uma arte ancestral, presente no viver humano desde o princípio dos tempos. As histórias ultrapassaram e sobreviveram ao tempo, mesmo tendo sofrido um enfraquecimento nos últimos dois séculos, por conta do surgimento de novos valores e tecnologias. 

Pensando nisso, a Livraria Tom do Saber e o grupo Todo Conto tem um Conto realizam, a partir do dia 20 de maio, o projeto Quarta do Conto, sempre na penúltima quarta-feira do mês.

A proposta é oferecer, com entrada franca, uma hora de contação de histórias com diversas temáticas, apresentadas por diferentes artistas através de seus diferentes repertórios e recursos.  O funcionamento é simples: em cada edição, dois a três contadores de histórias serão escolhidos para apresentar textos de um tema específico como contos africanos, árabes, indígenas, contos de morte, eróticos, de terror, contos de bobos entre outras possibilidades.

O projeto é coordenado pela psicopedagoga Ana Luiza Reis, pela psicóloga Flávia Bonfim e pela educadora Keu Apoema.  Os eventos têm entrada franca e  início sempre às 20h.

Quarta do Conto
Dia 20 de maio, às 20h
Entrada franca.
Livraria Tom do Saber - Pirâmide do Rio Vermelho
Rua João Gomes, 249
Fone: 71 3334.5677
http://www.piramidedoriovermelho.com.br/

Mais sobre os realizadores:

Todo Conto tem um Conto é um grupo de contadores de histórias e músicos criado em agosto de 2008, que reúne profissionais estudiosos da arte da contação de histórias. O grupo tem proposto diferentes ações na cidade de Salvador, bem como se propõe a organizar as atividades contidas neste projeto. 

Um conto especial:

O Velho que Nunca Amou 

Contam que o elevado e santo Bajezid Bistami encontrava-se falando a uma grande e atenta platéia. Todos os presentes, velhos ou jovens, estavam fascinados com suas palavras. No auge deste encantamento, quando seu discurso enlevava a todos, entrou um fumador de ópio, e com a fala algo arrastada disse:

- Mestre, meu burro se perdeu. Ajuda-me a encontrá-lo.

- Paciência, meu filho, eu vou achá-lo - disse-lhe Bajezid Bistami, continuando seu sermão.

Após algum tempo, enquanto ainda discursava, perguntou aos presentes:

- Existe alguém entre nós que nunca amou?

- Eu - disse um velho levantando-se - eu nunca amei ninguém, desde minha mais remota juventude. Nunca o fogo da paixão consumiu minha alma. Para que não turvasse minha mente, nunca deixei o amor ocupar meu coração.

O venerando Bajezid Bistami voltou-se então para o fumador de ópio que pouco antes o havia interrompido e lhe disse:

- Vê, meu filho, acabo de achar teu burro! Pega-o e leva-o daqui.