Cultura

BALLET DO THEATRO MUNICIPAL DO RIO APRESENTA "FLORESTA AMAZÔNICA"

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| 18/05/2009 às 17:45
O corpo de baile vem com seus principais integrantes
Foto: Divulgação
   O Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro se apresenta em Salvador,  nos próximos dias 05 e 06 de junho, no Teatro Castro Alves. Com seus primeiros bailarinos e solistas, o Ballet vai apresentar o espetáculo  "Floresta Amazônica", que reforça o sentimento de brasilidade e reverencia os 50 anos de morte do compositor, instrumentista e regente Heitor Villa-Lobos.

   A primeira versão da obra, criada pela coreógrafa Dalal Achcar em 1975, estreou no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com os bailarinos da Associação de Ballet do Rio de Janeiro, tendo como protagonistas Margot Fonteyn e David Wall. Agora, trinta e quatro anos depois de sua estréia, “Floresta Amazônica” volta ao palco. Antes, em maio, o Ballet - que abre a temporada deste ano fora do Rio em função das obras de restauração do Theatro Municipal - se apresenta em Belo Horizonte e Recife.

         
    A montagem tem concepção, coreografia e mise en scène  de Dalal Achcar, cenografia de Helio Eichbauer e iluminação de Maneco Quinderé. Os bailarinos protagonistas são Ana Botafogo, Cláudia Mota, Márcia Jaqueline, Bettina do Dalcanale, Francisco Timbó, Vitor Luiz e Filipe Moreira. 

            

   APARATO 
   DE PRODUÇÃO
         
  A turnê, patrocinada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado de Cultura, envolve um grande e cuidadoso aparato de produção, operacionalizado pela equipe técnica do próprio Theatro Municipal. São 60 bailarinos, mais 25 pessoas, entre técnicos e staff de produção. O cenário, que reproduz a floresta amazônica, é baseado em telões e bambulinas com pintura artística, tendo como piso uma lona especial, também pintada, recriando o solo da floresta. A magia se completa com a iluminação concebida por Maneco Quinderé, que produz transparências e efeitos, utilizando 46 globos diferentes nos refletores. Na abertura, o público adentra a floresta através de uma projeção de imagens, editadas por Marcello Dantas, da Magnetoscópio, a pedido de Dalal Achcar.

         

          Dalal Achcar criou "Floresta Amazônica" em 1975, inspirada na música de Villa-Lobos  ouvida em “Ondine”, balé feito por Frederick Ashton para a bailarina Margot Fonteyn. A mesma música, aliás, produzida antes para o filme “Green Mansions”, lançado pelo estúdio MGM.


           "Floresta Amazônica", balé em dois atos, conta a história do romance entre um homem branco e uma deusa indígena, que, por amor ao estrangeiro, transforma-se em mulher. A paixão entre eles é vista pelos índios como profana . Entretanto, é este amor que salvará a floresta da destruição causada por exploradores que invadem a aldeia em busca de plantas e aves raras. Os primeiros papéis, “Deusa” e “Homem Branco”, já foram dançados por Ana Botafogo, Áurea Hammerli, Bettina do Dalcanale, Cecília Kerche, Cristina Costa, Daniela de Rossi, Heliana Pantoja, Nora Esteves, Norma Pinna ,Roberta Marquez, Andre Valadão, Francisco Timbó, Manoel Francisco, Marcelo Misailidis, Paulo Rodrigues, Sérgio Marshall e Thiago Soares, como também pelos convidados Jean-Yves Lormeau, Júlio Bocca, Lázaro Carreño, Lienz Chang e Luís Aguilar.    

    

         A expectativa do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio com as viagens é enorme, como ressalta o seu diretor, Helio Bejani:


 “Levar nosso trabalho para outras capitais, principalmente para locais que não tem o balé clássico como uma grande força, é uma oportunidade incrível de crescimento. Não é fácil para nós, que somos uma companhia grande, cair na estrada e ficar longe do nosso palco, que é como a nossa casa.  Mas é ótimo ter a chance de fazer este intercâmbio e mostrar nosso trabalho para o Brasil, que é um país tão grande. A data é especial, pela homenagem ao Villa-Lobos e pelo fantástico contato com as características brasileiras do balé Floresta Amazônica”. 

         

       À frente do projeto de restauração do Theatro Municipal do Rio e das comemorações pelo seu Centenário, em 2009, a presidente da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Carla Camurati, fala com entusiasmo sobre a turnê do corpo de baile:


Acho muito importante que no Centenário do Theatro Municipal do Rio o balé possa fazer esta viagem pelo Brasil. Ela faz parte de um planejamento que começou no ano passado e que coloca os três corpos artísticos para viajar durante o período de restauração do Theatro. Na maior parte do tempo, as viagens são para o interior do próprio estado, mas pensamos em realizar pelo menos uma grande viagem do balé pelo Brasil, em homenagem ao Villa-Lobos, um dos nossos maiores  compositores brasileiros. Já que o Municipal é um patrimônio do Brasil, a gente quer dividir com o país as comemorações do seu Centenário. Este é o desejo do governador Sergio Cabral, da secretária de Estado de Cultura Adriana Rattes, e que nós estamos executando com imenso prazer.”



 HEITOR VILLA-LOBOS  

Compositor (1887-1959)

            Compositor, instrumentista, regente e professor brasileiro, começou a tocar violoncelo profissionalmente aos doze anos de idade.  Preferia os grupos musicais populares do Rio de Janeiro ao estudo acadêmico.  Viajou muito pelo Brasil antes de firmar-se como compositor, adotando em sua música a linguagem do modernismo europeu, ao lado de elementos folclóricos brasileiros.  Estadas em Paris (1923-30) consolidaram sua posição como maior figura musical brasileira.  Dedicou-se durante 15 anos a revolucionar a educação musical no Brasil de acordo com as tendências políticas da época. 

            Foi extraordinariamente produtivo, inaugurando uma linguagem viva e folclórica, representadas pelas “9 Bachianas Brasileiras” (1930-45), uma síntese da música européia e brasileira, “Uirapuru”, poema sinfônico, “Valsa da Dor”, tema para piano, série dos “Quartetos de Cordas” além de uma série de “12 Choros” e o célebre “Trenzinho Caipira”. Duas das principais músicas de  Villa-Lobos, as suítes “O Descobrimento do Brasil” e “Floresta Amazônica”, foram escritas originalmente para o cinema.

DALAL ACHCAR

(Coreógrafa)

           
Bailarina, professora e coreógrafa, Dalal nasceu no Rio de Janeiro. Iniciou seus estudos de balé com Pierre Klimov e teve grande influência artística de Madame Maria Makarova. Aprimorou seus conhecimentos em Paris, Nova York e Londres.

           
Dalal Achcar tornou-se, por suas diversas atividades e seu trabalho dinâmico, a mais importante educadora de dança do Brasil. Como coreógrafa, sua carreira inclui balé apresentados em vários centros internacionais como Los Angeles, São Francisco, Nova York, Hamburgo, Stuttgart, Tóquio, Havana e Santiago. 

           
À frente da Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro e de seu Corpo de Balé, Dalal estabeleceu a tradição de apresentar produções de alta qualidade técnica e artística, como os Festivais de Inverno, O Quebra Nozes, Coppelia, Giselle, D. Quixote, A Floresta Amazônica entre outros tantos, além de ser responsável pela vinda de importantes companhias de dança do mundo, como o Royal Ballet de Londres e o Ballet da Ópera de Paris, formando um público de centenas de milhares de pessoas que regularmente comparecem aos espetáculos.

Floresta Amazônica

Música: Heitor Villa-Lobos

Concepção, coreografia e mise en scéne: Dalal Achcar

Remontagem: Maria Luisa Noronha

Cenários: Hélio Eichbauer

Figurinos: Acervo CTP

Iluminação: Maneco Quinderé

Salvador
Teatro Castro Alves
Dia 05 de junho - sexta - 21 horas
Dia 06 de junho - sábado - 21 horas
Preço dos Ingressos:
Platéia Inferior: filas de A-P - R$ 40,00
Platéia Superior: filas de Q-Z11-  R$ 20,00