Este causo foi tirado do livro "Contando 40 contos", de João José de Oliveira, Nenenzinho, ex-prefeito de Valente, a ser lançado nesta segunda-feira, no Centro Espanhol.  

Ele lembra do amigo Sinhozinho Cordeiro, conhecido assim porque tinha trabalhado numa cordoaria.

Sinhozinho era gago, tinha um parafuso frouxo na cabeça e era hipocondríaco.

Quando rapazote Sinhozinho morou na casa do pai de Nenenzinho, como empregado, para fazer compras e pegar e soltar animais no pasto, entre outras labutas.

Certo dia, Sinhozinho ficou com a missão de ir a roça Pau de Cedro pegar o jumento Navegante para que o velho Nenen pudesse se deslocar à Fazenda Coxo.

Assim combinado, Sinhozinho saiu cedo para o pasto com o cabestro de Navegante na mão, na certeza de que, logo logo voltaria com o animal.

Demorou um mundo de tempo e nada de Sinhozinho voltar com o animal. Preocupado e também querendo fazer a viagem, o velho Nenen botou a cela no ombro e foi ao encontro de Sinhozinho.

Lá chegando na Fazenda Pau de Cedro, ao entrar no curral viu Navegante em pé, lambendo os beiços, bem do seu.

O velho lançou o cabestro e puxou o animal para colocar a cela quando apareceu Sinhozinho querendo saber onde este o velho Nenen encontrara Navegante.

- Onde estava?

O fazendeiro Nenen, idignado, respondeu: - Em cima do umbuzeiro.

E Sinhozinho admirado disse:

- Ô desgraça, passei por debaixo e não vi.