Cultura

FLORIDA MEMORIAL STEELBAND FAZ EXPERIÊNCIAS COM MÚSICOS DA BAHIA

Vide
| 14/03/2009 às 10:07
Intercâmbio de culturas na apresentação da Steelband
Foto: Foto: Genilson Coutinho

Em noite dançante no Pelourinho, grupo americano Florida Memorial Steelband encanta turistas e baianos, com participações especiais de artistas locais como Amanda Santiago (ex-Timbalada), Luciano (Mosiah) e o grupo percussivo Mundo Novo.


A noite de quinta-feira (12), no largo Tereza Batista - Pelourinho, começou tranqüila. Com a chegada ao palco do esperado grupo Florida Memorial Steelband (EUA), o público foi chegando de mansinho e, aos poucos, foi se deixando levar pelo som climático e festivo vindo dos "steelpans" - instrumentos percussivos originários de Trinidade e Tobago, muito usado no famoso Carnaval caribenho.


A música entoada pelo grupo de músicos, que interagiu com outros percussionistas do candomblé da Bahia, nos transporta para lugares de clima tropical - como se estivéssemos mergulhando num filme, rodado em uma ilha paradisíaca, com direito a sombra e água fresca. O som melódico é extraído de barris, como os usados no transporte de petróleo, e agradou em cheio aos presentes no evento de ontem.


Uma das atrações convidadas da noite, o vocalista de reggae Luciano, da banda Mosiah, falou com a nossa reportagem. "Fui convidado pela produção do evento para fazer esse show. É um grande prazer para mim tocar aqui hoje. O trabalho deles - de pesquisa musical com percussão - lembra muito a nossa realidade também", afirma o cantor, que cantou com o grupo uma versão, em inglês e  português, da música One Love, de Bob Marley.

      

Outra atração do evento foi o grupo percussivo Mundo Novo, encabeçado pelo músico e diretor musical de grandes estrelas da música da Bahia, como Daniela Mercury e Amanda Santiago, Mikael Mutti, que também bateu um papo conosco. "Estamos promovendo o Movimento Pé de Som. Um trabalho sócio-cultural onde criamos instrumentos musicais e promovemos a cidadania. O grupo hoje vem trabalhando com várias comunidades carentes entre elas o Bairro da Paz, Cajazeiras e Candeal, todos aqui presentes. Amanda (Santiago) é a nossa grande porta-voz", explica Mutti.


O mesmo "tonél de petróleo" usado pela Steelband para tocar ritmos como latin jazz e música caribenha, também vem sendo usado por músicos e percussinistas baianos, transformando, com muita criatividade, lixo em arte.


O ponto alto da noite se deu com a integração dos convidados, no palco lotado, tocando junto com a Memorial Steelband, enquanto em baixo, na pista de dança, um grupo de dançarinas do Bairro da Paz encantavam a todos com seus movimentos. Ao tocarem um tema instrumental cantando os versos "ôh Bahia que não me sai do pensamento", espontâneamente, formou-se uma grande roda de capoeira, na frente do palco. As dançarinas que eram capoeristas, mostraram ao público e ao grupo americano toda a beleza e a força da mulher baiana.


"A música é um agente aglutinador de pessoas. Estamos plantando som, para colher os frutos um dia", conclui Mikael Mutti.