Cultura

CAUSO DOMINGUEIRO (81): O LOBISOMEM DE FEIRA E O CATÉTER DE HONORATO

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| 01/03/2009 às 15:03
Representação do lobisomem de Feira de Santana
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  Round 32.
 
  Naquela aula, até o Dr. Honorato Bonfim comeu ferro. Mantendo-se exarcebado, sem desejar que ninguém conversasse, o professor de grego soterra um significado, quando Hugão lhe perguntou:

  - Meu caro doutor é catéter ou cateter?

  O meste, um alfinetador de estudante, uma mola de fantasmas, um conta-gotas ao descontrolar o aluno, estava no auge da estupidez:

  - Ora, maluco, é claro que é catéter, paroxítono.

  - É mesmo? - ironizou Hugão não muito admirador daquele poeta confuso.

  Honorato, fungando, não aceita emenda, ironia:

  - Pode botar acento agudo no primeiro e.

  Hugão resolveu rebater o imperador que ensinava a língua de Sócrates:

  - Discordo, doutor, mesmo que me dê nota baixa. Olhe aqui, cateter é oxítono, palava greve, falou apontando o dicionário de Sebastian.

  Honorato embruteceu: - É, de fato, palavra grega, burro, passou pela porta do latim, em vez de cateter virou catéter, com plural cateteres.

* Retirado do livro O Lobisomem de Feira, de Fernando Ramos.