Round 32.
Naquela aula, até o Dr. Honorato Bonfim comeu ferro. Mantendo-se exarcebado, sem desejar que ninguém conversasse, o professor de grego soterra um significado, quando Hugão lhe perguntou:
- Meu caro doutor é catéter ou cateter?
O meste, um alfinetador de estudante, uma mola de fantasmas, um conta-gotas ao descontrolar o aluno, estava no auge da estupidez:
- Ora, maluco, é claro que é catéter, paroxítono.
- É mesmo? - ironizou Hugão não muito admirador daquele poeta confuso.
Honorato, fungando, não aceita emenda, ironia:
- Pode botar acento agudo no primeiro e.
Hugão resolveu rebater o imperador que ensinava a língua de Sócrates:
- Discordo, doutor, mesmo que me dê nota baixa. Olhe aqui, cateter é oxítono, palava greve, falou apontando o dicionário de Sebastian.
Honorato embruteceu: - É, de fato, palavra grega, burro, passou pela porta do latim, em vez de cateter virou catéter, com plural cateteres.
* Retirado do livro O Lobisomem de Feira, de Fernando Ramos.