Palavras proferidas no ato de lançamento da coleção ‘Gente da Bahia', projeto editorial da Assembléia Legislativa do Estado:

" Presidente desta Casa, Membros da Mesa Diretora, Srs Deputados

Colegas Paulo Bina e Délio Pinheiro, coordenadores deste projeto

Jornalistas, radialistas, cinegrafistas, fotógrafos, auxiliares, escrevinhadores...

Todos os convidados aqui presentes:

Jornalista sente-se bem mais à vontade escrevendo, que é basicamente um ato solitário, do que falando, diante das câmaras, de microfones e de tantas pessoas.

Mas fui escolhido pelos colegas para ser o portador de algumas palavras, que serão de agradecimento e de estímulo.

O critério de escolha, fiquem cientes, não foi por competência no falar, mas pela idade. Parece que sou o mais velho da turma. Um jovem ancião. Comecei no jornalismo em 1970, na Tribuna da Bahia.

Pois bem.  Quem bom o lançamento deste selo, desta coleção, série editorial ‘Gente da Bahia', pela Assembléia Legislativa!

Significa um estímulo à leitura, à editoração de livros. Chega em boa hora.  Ler livros é fundamental .

Significa também um estímulo a todos nós, jornalistas, escrevinhadores diários que, vez em quando, nos arvoramos em escritores. Dizem que todo jornalista abriga escondido um escritor frustrado.  Mais uma alternativa de trabalho, então. Agradecemos.

O mais importante desse projeto, porém, é o resgate da história de nosso povo, a história da Bahia. Porque a história é construída, é escrita por gente, por pessoas. Famosas e anônimas, que atuam, deixam seus rastros no tempo.

Pesquisar e escrever sobre Carybé, Riachão, Guido saudoso, Pastinha... ou a Mulher de Roxo é nos debruçar sobre um determinado tempo histórico, uma época, um espaço humano.

Então, cada livrinho desse tem também de chegar às bibliotecas públicas, às salas de aula...    Porque cada um deles traça o perfil de um personagem e de um tempo.

E não se pode interpretar, compreender bem os caminhos do hoje se não conhecemos bem os atalhos do ontem que nos conduziram a esse agora.

Assim segue a vida.

Esperamos vida longa para este projeto, a seqüência e a ampliação dele.

É um bom exemplo a ser seguido no fazer da cultura.

A Bahia é pródiga em nomes, personagens, boas histórias para se contar.

‘Gente da Bahia' é cultura. Cuidemos bem dessa fatia da cultura baiana, então.

Muito obrigado."

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Os primeiros cinco volumes lançados são os perfis de Carybé (escrito por Zé de Jesus Barreto e Otto freitas), do compositor Gordurinha ( Roberto Torres), do cantor e compositor Riachão (Janaína Wanderley da Silva), o único vivo e alegremente presente ao ato, do jornalista e escritor Guido Guerra (Luiza Torres) e da personagem urbana Mulher de Roxo (Patrícia Sá Moura).

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Atenção colegas da ‘terrinha': dos autores desses primeiros cinco volumes, os únicos baianos são os jornalistas Zé de Jesus Barreto e Otto Freitas, nascidos e criados em Salvador.  A porteira está aberta.

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Um agradecimento especial ao fotógrafo e amigo Paulo Mocofaya, autor das fotos de capa dos livros do projeto, que, antes da solenidade e solenemente para que todos ficassem cientes devolveu-me em razoável (?) estado de conservação uma revista que me tomou emprestada no início dos anos 80 do século passado, com fotos de Sônia Braga feitas pelo então marido Antonio Guerreiro. Maravilhosas as fotos e sobretudo a modelo, então no auge de sua formosura.

Essa revista, lançada nos tempos da ditadura foi censurada e retirada de circulação por determinação federal. Raridade. Tem apresentação de Jorge Amado, Nelson Rodrigues  e fotos em cores e p&b feitas no Rio, Paraty, Lisboa, Madri, Nova York, Paris, Sevilha e Washington.  "Fotopaixão ou paixãografia", na definição do fotógrafo amante.

Valeu Mocó, pensava eu que nunca mais veria a revista e essas fotos raras de Soninha!

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Mudando de ‘paixão' ...

Fui a Pituaçu ver o novo Bahia e encantei-me pelo estádio. Dez!  Resta por o resto das cadeiras, aprumar o placar, equalizar a sonorização, fazer fora estacionamentos decentes (por que não os da Católica?) - tem espaço à vontade.  Dentro, muitas famílias, moças bonitas, crianças, uma festa!

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Em campo o novo time do Bahia - contratado por Paulo Carneiro e dirigido por Gallo. Promete !  Há muito a gloriosa camisa tricolor não era vestida por jogadores do nível de Marcelo (goleiro), Helton, Élton Luis (meias)  e Leo Medeiros, um craque de perna canhota.

Se não der chabu ...   enfim, o Bahia tem um time !!!  coisa que há cerca de uma década não se via em Itinga.

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Essa é exclusiva, ninguém falou nem escreveu, mas eu vi e ouvi:

Na saída do estádio a turma da Bamor gritava, ousada, em coro: "Vitória, time de otário/

Meta no ‘o' seu aterro sanitário!"