A Santa Casa de Misericórdia da Bahia concluiu o projeto de reestruturação do seu arquivo histórico. Com investimentos de mais de R$ 250 mil, e apoio do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, através do Programa de Preservação de Acervos o centro ganhou um sistema de detecção de incêndio, além de armários deslizantes, desumidificadores, mesa para higienização de documentos, equipamentos de informática e mobiliário.

O Centro de Memória Jorge Calmon será inaugurado ocorrerá nesta quarta-feira, 26, às 17h, na Pupileira, em Nazaré.

Numa próxima etapa, o local vai contar com um sistema de gerenciamento eletrônico, que visa facilitar o manuseio de documentos. O arquivo histórico é aberto à visitação do público, especialmente a pesquisadores, e está localizado na atual sede da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, no complexo da Pupileira.

Acervo 

De acordo com o Gerente do Departamento Cultural e Documental da Santa Casa, Junot Barroso, o acervo tem documentos que datam desde 1629, "um patrimônio de inestimável valor histórico e humano em diversos campos". Outros documentos mais antigos foram destruídos durante a invasão holandesa na Bahia, entre 1624 e 1625.

Alguns livros raros se destacam no arquivo, dentre eles está o "Banguê", registro de todos os escravos mortos que eram enterrados em um antigo cemitério no Campo da Pólvora. Outro destaque é o "Livro da Roda", que registrava todas as crianças rejeitadas e deixadas na chamada "roda dos expostos", de onde freiras as retiravam e as criavam no antigo internato da Pupileira.

Membro da Academia de Letras da Bahia e Professor emérito da UFBA, o Jornalista Jorge Calmon foi admitido como Irmão da Santa Casa no dia 19 de dezembro de 1966. Muito dedicado e atuante, ele foi eleito Membro do Definitório da Instituição consecutivamente até o fim da sua vida, em dezembro de 2006.