Cultura

"A PSICANÁLISE: O SUJEITO EM QUESTÃO", EM DEBATE NO ESPAÇO MOEBIUS

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| 13/11/2008 às 09:17

  Estamos caminhando para um estado de perversão generalizada?  Estaríamos vivendo uma época de enfraquecimento ou decadência  da Função Paterna, com conseqüências importantes para a constituição da subjetividade e dos laços sociais ? 

   É este o oportuno mote do evento que promove o Espaço Moebius, de 20 a 23 de novembro de 2008, em mais uma de suas tradicionais e concorridas jornadas de psicanálise, segundo os ensinamentos de Freud e de Lacan.


  O tema desse ano será "A Psicanálise: o sujeito em questão ", com um curso sobre "A lógica e a topologia do Sujeito" realizado pelo psicanalista Ivan Corrêa e terá trabalhos  proferidos por filósofos, psiquiatras , psicólogos e psicanalistas. 

  No dia 20/11 será realizada uma conferência sobre "Que sujeito é esse da psicanálise?" por Aurélio Souza, que também estará lançando a 2ª edição do seu livro "Os Discursos na Psicanálise".


  FREUD

  A descoberta do Inconsciente por Freud , subverte, segundo Lacan, as idéias racionalistas da filosofia e da ciência sobre o sujeito, tomado a partir daí como dividido e em conflito com fantasias, desejos, pensamentos censurados e recalcados, por efeito da condição de sermos seres de cultura, de linguagem e de sexo.


  Segundo Freud, suas idéias, que defendem a existência do "pensar inconsciente" e do "desejar não apreendido", acabam por golpear o homem no seu narcisismo, surgindo como uma "peste" ao questioná-lo como o senhor da razão. Freud afirmou que o homem não é dono nem de seus pensamentos, muito menos de seus atos ou escolhas sempre determinados por desejos inconscientes.

  Essas fantasias e desejos recalcados se realizariam nos sonhos, nos atos falhos, nos sintomas, expressando-se também nas artes, na poesia e em toda produção humana.


 O recalcamento por sua vez seria efeito da submissão a uma Lei sustentada pelo Pai como Função. A partir dos efeitos do Discurso do Capitalista, proposto por Lacan, alguns psicanalistas tem defendido que estamos vivendo uma época de enfraquecimento ou decadência  da Função Paterna, com conseqüências importantes para a constituição da subjetividade e dos laços sociais.

  Alguns autores defendem que estamos caminhando para o estado de "perversão generalizada" com o empuxe para atos sem lei ou fora da lei.