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O Jornalista Carlos Libório foi assessor de ACM e diretor da TV Bahia durante anos. Conhecia bem o gosto do "velho" e sabia de suas manias.
Uma delas, diz-se influenciada por pessoa de sua estima, era reunir numa estante paliteiros de prata.
Tinha-os centenas, bem cuidados, expostos na sala de visitas do seu apartamento da Graça.
Dar presente de aniversário ao senador era um problema porque de tudo seus auxiliares já haviam ofertado: gravatas, camisas, sapatos, cortes de linhos, quadros e outros.
Foi aí que Libório se lembrou dos paliteiros e dirigiu-se a um conhecido antiquário e vendedor de jóias da Ladeira da Praça, com o objetivo de comprar uma dessas peças para presentear o amigo.
Em lá chegando, conhecido do dono da joalheria, disse que gostaria de comprar um paliteiro de prata, modesto, para dar um presente.
O joalheiro, então, trouxe algumas peças do seu estoque e foi descrevendo-as e os valores de cada uma delas.
- Este é estilo romano e custa R$500,00...este é um modelo espanhol de sai por R$650,...esse aqui é à moda belga e vale R$900, - e assim seguia sua lábia.
- Gostei desse apontou Libório ao modelo romano pensando no seu bolso. R$500 é o mais em conta, aduzia.
- Agora, Libório, só por curiosidade, o senhor vai oferecer esse paliteiro a quem? - perguntou o joalheiro.
- Não queria dizer para ficar em surpresa. Mas, como você perguntou, vou lhe confidenciar que é para o senador ACM.
- Ah! Meu amigo, pro senador, as peças de paliteiros são outras e se deslocou para um cofre trazendo algumas delas acondicionadas em flanelas e caixinhas de papelão.
- Aqui estão, para o senador, são essas - abriu-as à vista de Libório.
- O jornalista olhou, olhou, e apontou para a menor delas: qual o preço desta?
- Bem, pra o senhor, que é nosso cliente antigo, esta posso fazer R$3 mil.
Libório deu meia volta e foi comprar outro presente por "home".