Cultura

EDMILSON LEMBRA DOS VELHOS TEMPOS DO DN, JBA E TRIBUNA DA BAHIA

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| 07/10/2008 às 23:45
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Lembrado de mim, Tasso, você não está, mas de você eu estou. Isso basta.
 
Fomos contemporâneos da Tribuna da Bahia nos anos 70, sob a batuta de João Ubaldo Ribeiro. Fui chefe de revisão do jornal e, posteriomente, copy.

Fui treinado por Aurélio Valame, que enviou para o Bel Machado, o Grande Bel, o mais extraordinário titulador de matérias que conheci. Mas antes do Bel, eu já tinha trabalhado com o outro Machado, o Raimundo, irmão do primeiro, no Diário de Notícias, na Rua Carlos Gomes, na reportagem policial.
 
Ali conheci jornalistas de primeira linha, como velho Lins. Que redator! Jovem repórter, Lins constantemente me chamava para sua mesa e me dava banhos de jornalismo. Notava que sua visão não andava muito bem, mas o cérebro, devidamente avivado por "umas de ourtas", era uma maravilha.

Eu viera do JBa., onde só trabalhei com feras, cuja lista é imensa e de seu conhecimento. Cito alguns apenas para relembrar esses grandes profissionais e meus amigos. Anísio Félix, Gilson Nascimento (chefia de reportagem), Samuel Celestino, que implicava com Zé Maria, Carlos Navarro, Regina Ribas, Alberto Miranda (ganhador do Esso regional), Fernando Vita (que viera da revisão), Moacir Ribeiro, Roland Aguir, o cronista Raimundo Reis, Carlos Dias, Rafael Pastore Neto (cuja assinatura tenho na minha credencial de repórter do JBa.), Anizio Carvalho na imagem, Geraldo Lemos, Newton Sobral, Walter Peneluc, Jeová de Carvalho, Hellington Rangel, Alberto Romero com seus discos voadores, Carlos Libório, Antônio Medrado, dono do Gravatá, Fred Simões, Luís Carlos Alcoforado, meu amigo Jorge Lindsey, Agliberto Lima (que fez as fotos meu casamento), Sóstrates Gentil.
 
Esses são os que me lembro agora, mas a lista vai embora. Você cita na sua crônica outras cobras criadas, que também conheci na Tribuna da Bahia e n'A Tarde" e DN.

Batatinha, por exemplo, o conheci sem camisa e suando muito na oficina do Diário Notícias. Como era bom ouvir a conversa gostosa, serena, mole, do lustroso crioulo. Do Joca nem preciso falar. Encontrei-o recentemene aí no Shopping Salvador. Cabeça branca, mas muito viva, como sempre. Deparei-me com sua crônica ao procurar o paradeiro dos meus amigos Jorge Lindsey, Aurélio Velame e Anísio Félix. Soube que os três estão entrevistando Deus.

Não tenho dúvida de que o Criador terá muito trabalho para lhes responder tudo o que eles querem saber. Com certeza leremos matérias dignas do Pulitzer.

Saiba, Tasso, que toda vez que quero tomar um banho de cultura e informação acesso a sua crônica na Tribuna da Bahia e ainda me delicio com o humor de Jolivaldo Freitas, que se firmou como cronista da terra. Lembro-me dele quando repórter na TB e muitas de suas matérias passaram pelas minhas mãos lá no copy, como as de Emiliano José também.

Foram tempos bons, de um jornalismo que não existe mais. O jornalismo boêmio. Ganhave-se pouco, mas era gratificante. Depois de fechado o jornal, os caminhos mais certos eram os da Ladeira da Montanha, lpara ver as meninas do "meia nove", ou a feira das Sete Portas, onde, lembro-me bem, na véspera do meu casamento,tive que levar o Pastore nos braços até sua casa. Ele simplesmente ele não conseguia dar um passo e ainda queria enfrentar a polícia. Vejo que daquela redação de respeito, você, Jolivaldo e Paulo Roberto Sampaio, estão resistindo. Um forte do Abraço do Edemilson Araújo, SP (ecacomaraujo@yahoo.com.br)