A mostra, gratuita, é uma realização da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), por meio do edital Portas Abertas para as Artes Visuais, em parceria com a Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac).
De acordo com a expositora, em seu olhar fragmentado da fotografia, os recortes se apresentam como uma totalidade de texturas, onde pessoas e imagens se mostram e se confundem entre marcas e sinais do tempo.
"É a vivência do espaço cotidiano incorporada em linhas, formas e cores, que tomam a realidade como dado sensível, revelando a expressão do ser. É o real em recortes abstratos", pontua.
PRODUÇÃO INQUETA
Fotógrafo e doutor em Artes, Edgard Oliva, curador da exposição, afirma que a pesquisa visual da artista pode transportar para uma produção "inquieta e plural", a partir de possibilidades instigantes e muito significativas. "As imagens de Valécia Ribeiro transportam o espectador para uma dimensão do desconhecido, para uma poética da dor, da luz que se dilui em planos de claros, escuros e meios tons, da textura e da imagem que renasce, sobretudo, para uma abordagem particular da nossa cultura", explica Oliva.
A foto instalação é composta por 17 fotografias (40 cm X 60 cm, cada) que ora se revelam puras, em texturas e cores, e, ora, se mostram híbridas nos rostos esculpidos em fusões.
Considerado um dos monumentos mais importantes da poligonal de tombamento do Iphan para o Centro Histórico de Salvador, o Solar Ferrão assume o papel de âncora cultural do Pelourinho.
O imóvel, uma construção do século 18 que vai da Rua Gregório Mattos, parte da colina Praça da Sé, até a Baixa dos Sapateiros, abriga espaços expositivos como a Galeria Solar Ferrão, a coleção de Arte Sacra do Museu Abelardo Rodrigues, a coleção de arte africana de Cláudio Masella (que reúne cerca de 1,2 mil obras de vários países), um arquivo fotográfico com imagens do patrimônio edificado da Bahia e uma biblioteca, totalmente informatizada.