Cultura

SEMINÁRIO INTERNACIONAL DEBATE ESTÉTICA SAGRADO A PARTIR MESTRE DIDI

Com informações do www.navii.com.br/blog
| 03/08/2008 às 16:24
Mestre Didi é filho de mãe Senhora e sua obra será debatida em Salvador (Foto/Navii)
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  O Seminário Internacional Criatividade Âmago das Diversidades Culturais - A Estética do Sagrado "propõe examinar a linguagem como acesso às diversidades da identidade cultural dos povos, a partir da obra de Mestre Didi.

  O encontro, dias 21, 22 e 23 próximos no Hostel Pestana, em Salvador, busca, ainda, refletir sobre o papel da criatividade como atividade fundante das identidades humanas, explica a antropóloga Juana Elbein dos Santos, organizadora das atividades.

  O seminário vai reunir alguns dos mais importantes estudiosos da cultura africana e sua participação nas diversidades culturais que mapeam o mundo. Entre os convidados internacionais estão Babatunde Lawal (EUA), doutor em História da Arte; Jean Hubert Martin (Paris), diretor do Museu Nacional de Artes da África e Oceania; Wande Abimbola (Nigéria), ex-reitor da Universidade de Ifé, escritor e pesquisador da cultura iorubana; e os brasileiros Nelson Aguilar (USP), Muniz Sodré (RJ), Dalmir Francisco (MG) e, entre outros, Marcos Terena, articulador dos direitos indígenas junto à ONU.


Mestre Didi


Nascido em Salvador no início do século passado, Deoscóredes Maximiliano dos Santos é filho único de Maria Bibiana do Espírito Santo (Mãe Senhora), descendente da tradicional família Asipa, originária de Oyo e Ketu, importantes cidades do império Iorubá. 

Mais antigo descendente, no Brasil, do reino do Ketu, hoje ocupado pela Nigéria e pelo Benin, Mestre Didi recebeu, em 1983, o título máximo de Obá Mobá Oni Xangô, do Rei do Ketu, na Republica de  Benin. É autor de vários livros, dentre eles um dicionário português-iorubá. Aos oito anos foi iniciado no culto aos ancestrais, dedicando toda sua vida a preservar a tradição legada pelos seus antepassados. Em função de juramento e por sua condição de nobreza, Mestre Didi não fala em público, fora do recinto religioso. "Porque o seu dizer não pode ser deturpado", justifica a antropóloga Juana Elbein.