Cultura

O MESTRE SALA DOS MARES, POR GIULIO SANMARTINI, E A REVOLTA DA CHIBATA

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| 29/07/2008 às 19:26
Mestre Sala dos mares


(Giulio Sanmartini)
O Partido dos Trabalhadores com Lula e o MDB com Ulisses Guimarães, foram grande lutadores pela anistia aos prejudicados elo regime militar. O fato criou absurdos com indenizações milionárias e salários vitalícios nababescos.

Cito três exemplos emblemáticos, a do escritor Carlos Heitor Cony, que nunca foi preso nem perdeu o trabalho e foi brindado com uma indenização em que recebeu uma parcela inicial a guiza de retroativo no montante de R$ 1.417.072,75 e ainda recebe mensalmente R$ 23.187,90.


Outros dois são mais recentes, mas estão no mesmo caso do de Cony, são os cartunistas Ziraldo Alves Pinto e Jaguar, que em abril desse ano receberam direito a indenizações de R$ 1.027.383,29 e R$ 1.000.253,24 respectivamente, além de prestação mensal permanente e contínua de R$ 4.375,88 cada um.


Nenhum dos três corou de vergonha perante a pobreza brasileira.


Por total falta do que fazer nessa semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, com um veto, projeto de anistia ao marinheiro de 1ª classe João Cândido Felisberto (1880-1969/fotos), o "almirante negro", líder da Revolta da Chibata, e aos demais participantes do movimento. Cândido morreu pobre aos 89 anos. O artigo vetado previa pagamento relativo às promoções a que teriam direito os anistiados se estivessem permanecido na ativa, além de pensão por morte. O argumento do governo para derrubar o artigo foi o impacto orçamentário à União e o fato de não existirem parâmetros para quantificar estes valores, ou seja a incompetência estava presente no projeto.

O ministro Edson Santos (Igualdade Racial), que foi ao Planalto para a sanção, elogiou o ato. "É um resgate de um herói negro brasileiro, uma reparação histórica", disse. Vale lembrar que João Cândido só se tornou conhecido do grande público, em função da música "Mestre Sala dos Mares" (João Bosco e Aldir Blanc), mesmo assim poucos sabem o que foi a Revolta da Chibata.

Sem demérito a João Cândido, será que ninguém tem o que fazer no Palácio do Planalto?