Cultura

CASA JORGE AMADO POR PASSAR POR REFORMA EMERGENCIAL ANTES DO MEMORIAL

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| 25/07/2008 às 17:01

Foi dado mais um passo para a transformação da residência de Jorge Amado e Zélia Gattai em Memorial aberto a visitação pública. Na tarde de ontem, os familiares dos escritores, acompanhados de técnicos, explicaram alguns pontos do projeto e mostraram os locais que necessitam de reforma emergencial.


Participaram da visita, o Secretário de Cultura, Márcio Meirelles, o diretor geral do Ipac - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural, Frederico Mendonça, a engenheira da SUCAB - Superintendência de Construções Administrativas da Bahia, Helena Lima, o arquiteto Chico Mazzoni e Ângela Petitinga, museóloga e diretora da DOC EXPÕE, empresa especializada em gestão museológica e documental. João Jorge, filho dos escritores e sua filha Maria João, acompanhada dos dois filhos, guiaram todos pela Casa do Rio Vermelho, na Rua Alagoinhas, 33.


Durante o encontro, o arquiteto Chico Mazzoni e a neta do escritor, Maria João, explicaram a idéia do Memorial que, além de preservar os locais onde os escritores conviveram por quase 40 anos, vai abrigar um restaurante e uma loja de produtos.

"Vamos fazer poucas alterações na casa, a maioria delas ligada a questão de acessibilidade para portadores de necessidades especiais", explicou o arquiteto Chico Mazzoni. "Uma loja com venda de produtos relacionados aos escritores e um restaurante vão dar sustentabilidade ao projeto. A idéia é servir, por exemplo, receitas de Dona Flor", explica o arquiteto.


MEMORIAL

Estuda-se a construção de um elevador para dar acesso ao Memorial. "O quarto de hóspedes onde personalidades como Pablo Neruda e Sônia Braga dormiram também serão preservados, além, é claro, do quarto dos meus avós e o gabinete onde ele passava grande parte do tempo escrevendo", explica a publicitária Maria João. Por questão de segurança, a piscina onde a neta de Jorge Amado aprendeu a nadar, será desativada. Como o local tem importância simbólica, será construído um espelho d´água com profundidade de 60 cm.


"Lugares como o pequeno laboratório de fotos de Zélia e o closet com algumas roupas originais do casal serão preservados. Vamos manter a referência do branco e do azul das paredes e dos azulejos de Caribé, a idéia é que nas portas dos quartos tenham fotografias dos filhos que ocuparam estas dependências e um painel que vai contar a história da Casa, quem passou por ela, etc.", explica o arquiteto Chico Mazzoni. Segundo vontade da escritora Zélia Gattai, quando o projeto estiver pronto, o jardim, onde repousam as cinzas do casal, não deve ser aberto à visitação para que seja preservada a flora local.


 "Estamos estudando a melhor forma para o tombamento, a idéia é que o imóvel seja tombado pelo seu valor simbólico, o que não impede que se façam algumas alterações que serão necessárias para a construção do Memorial", explica Frederico Mendonça, diretor geral do IPAC - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural.


Enquanto o projeto do Memorial está sendo feito, a família, em parceria com a Secretaria de Cultura e órgãos como a Sucab, estuda uma forma legal de realizar reformas emergenciais.
 
"A Secretaria está intermediando todo o processo de reforma emergencial, tombamento e construção do Memorial que envolve diversas instâncias do poder publico. O projeto foi aprovado por Zélia em vida e o Memorial será uma forma de preservar a memória de nomes tão importantes para a cultura nacional", afirmou o Secretário de Cultura, Márcio Meirelles.


No projeto também está prevista a criação de um Centro de Pesquisa que vai funcionar no fundo do jardim, um pequeno anexo da casa principal, onde Zélia e Jorge se hospedavam ocasionalmente, em busca de tranqüilidade, para fugir dos visitantes do Brasil e exterior que, com freqüência, batiam na porta dos Amado para conhecer a Casa dos ícones da Bahia.