ter�a-feira, 15 de outubro de 2024
"Hoje me torno cidadã de Salvador, concretizo um sonho ansiosamente aguardado e posso dizer a plenos pulmões que sou baiana. Mas Deus foi mais longe e me permitiu retribuir todo o carinho que a Bahia sempre mostrou por mim anunciando: eu estou grávida e vou ser mãe, de um baiano ou de uma baiana", anunciou a cantora.
Claudia Leitte, que faz aniversário nesta quinta-feira, é casada desde março de 2007 com o empresário Márcio Pereira.
Visivelmente emocionada, ressaltou a sua identidade soteropolitana e a importância de um título como esse. "Fui criada no bairro da Saúde e me sinto muito mais soteropolitana do que muitos presentes. Estou maravilhada com essa homenagem. Esperei 28 anos por isso", afirmou.
Na entrada da Câmara Municipal, os fãs recepcionaram calorosamente a artista e cantaram os principais sucessos da cantora. Na solenidade, que teve a iniciativa do vereador Paulo Câmara (PSDB), ainda marcou presença o prefeito João Henrique Carneiro (PMDB).
Segundo a assessoria da cantora, ela está com 2 meses e meio de gestação (Repórter - Marivaldo Filho)
DISCURSO DE
PAULO CÂMARA
Senhor presidente, senhoras e senhores vereadores, pais de Claudia Leitte, senhor Cláudio e dona Ilna, Márcio Pedreira, seu esposo, seus irmãos Cláudio Júnior e Flávia, parentes, amigos, fãs e admiradores dessa extraordinária cantora, e aqui me permita chamá-la de Claudinha, do mesmo jeito carinhoso como é adorada por seu imenso fã clube.
Hoje, estamos vivendo neste plenário Cosme de Farias, um momento singular e de grande inspiração quando esse Paço histórico, essa Casa da Cidadania da mais antiga capital do Brasil, berço da civilização nacional e terra de grandes mulheres, outorga o título de Cidadã de Salvador a Claudia Cristina Leitte Inácio Pedreira, essa estrela de primeira grandeza da música popular brasileira, a qual, representa um símbolo desta cidade com sua simpatia irradiante, beleza e amor a esta terra.
Muita gente até ficou surpresa quando apresentei a indicação para que Claudia Leite fosse contemplada com esse título, mais do que merecido, porque dado o seu jeito de ser, daquela garota quase menina cor de rosa do Babado Novo em cima do trio, das brincadeiras de criança no bairro da Saúde, do linguajar baianês que usava na adolescência, era a própria baianinha que povoa as ruas da cidade do Salvador.
Daí que, esta Casa, hoje, vai outorgar um título de Cidadã de Salvador a uma baiana legitima, de raiz, íntima da cidade, que brincou de picula nas ruas do centro histórico entre ladeiras e ruas calçadas com pedras, e que está chegando com força ao mercado internacional como uma das estrelas da nossa música.
Eu próprio fiquei surpreso quando soube que Claudia Leitte, a quem vi tocando sua guitarra repleta de ícones da adolescência, a quem sempre apreciei vendo passar no Campo Grande sob aplausos de milhares de foliões, havia nascido em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e para esta cidade veio pequenina sendo abençoada pelos santos e povo da Bahia para se tornar essa grande estrela nacional, a qual, com a fé ilimitada em Deus e seu extraordinário talento voa como um pássaro, sempre para o alto.
Neste ambiente e nesta Praça de quatro séculos da cidade mais velha da Bahia ninguém tem dúvidas de que você, o seu talento, a sua garra, a sua fé em Deus e os alicerces familiares que a protegem ainda vão lhe garantir uma trajetória de grandeza pela frente.
A história inicial é conhecida da família, mas vale a pena contar. Vale a pena revelar ao grande público.
Em 1983, já morando em Salvador e com apenas 3 anos de idade, Sêo Cláudio e Dona Ilna, seus pais, levaram a pequenina Claudinha para uma churrascaria a fim de apreciar o tradicional churrasco domingueiro.
Aquela menina lourinha sapeca admirada com a música ambiente da casa aproveita uma distração dos papais, cruza o salão, sobe no improvisado palco e canta "Emília, Emília, Emília", música tema do Sítio do Pica Pau Amarelo. Os papais ficam atônitos com a peraltice da filha e até lhe dão um pito. Mas, o público a aplaudiu com graça e entusiasmo.
Foi dessa forma, após chegar em Salvador com apenas 5 dias de nascida, em 10 de julho de 1980, que Cláudia Leite mostrou aos papais que o seu mundo era o da música, seu mundo era o da canção, seu mundo era o palco iluminado das estrelas nacionais.
Residindo na Saúde, distrito de Nazaré e centro histórico de Salvador, começou cantando numa banda de bairro, a "Macaco Preto" e fez a trajetória da maioria das cantoras, estreando com "backing vocal" do cantor Nando Borges, e em shows na banda de pagode Nata do Samba, dividindo o palco com Faustão.
É também nesse espaço de tempo que ensaia os primeiros passos na Universidade, no jornalismo e no direito. Mas, qual nada, seu mundo era do show-bizz, da música. Em 2001 foi para a Companhia do Pagode, onde teve rápida passagem, até se tornar vocalista da Banda Babado Novo.
Um grande desafio para uma cantora de apenas 19 anos de idade, com a imensa responsabilidade de abraçar a Axé Música, em plena efervescência e com seus reis e rainhas estabelecidos.
Com arranjos e inserções do pop, incentivo integral da família, imensa fé em Deus, em menos de um ano, depois de percorrer os caminhos do Nordeste brasileiro com organização profissional, Claudia Leitte e o Babado Novo se transformaram num fenômeno de público sendo contemplados com o Disco de Ouro.
Dona Ilna e Sêo Cláudio acompanhavam a menina Dinha, assim sua mãe a chama até os dias atuais, com uma indescritível ponta de orgulho, assistindo a cada dia como a força de vontade e a fé, aliadas ao talento nato da artista, como aquela mesma menina da churrascaria que subira ao palco para cantar Emília, se transformava numa marca, num ícone, num símbolo, numa deusa da música.
Carismática, irreverente, belíssima, Claudia Leitte virou uma referência e revelação da música baiana e por onde passava, como um furacão de alegria, ela sua Banda Babado Novo eram sinônimos de alto astral, alegria, vida e fé,
Juntou-se a esse cenário uma legião de fãs, de admiradores, de pessoas que desejavam conhecer a nova musa da música baiana, e uma organização empresarial comandada inicialmente por Cal Adan e logo depois por Manoel Castro, dois parceiros importantes na sua caminhada.
Daí para cá numa mais parou. Nunca mais tirou os pés e a cabeça do palco.
Sua estrela brilha a cada dia, a cada Carnaval numa trajetória ascendente impressionante para uma cantora que tem apenas 5 CDs gravados e já se tornou uma referência em todo Brasil.
Tanto trabalho, tanto cuidado com sua carreira, tanta dedicação, fizeram de Claudia Leitte essa baiana de coração, essa baiana que fez o chão de Copacabana tremer no último dia 17 de fevereiro, mostrando que se transformara numa estrela de primeira grandeza da música popular brasileira e onde o céu é o limite.
Para Cláudia Leitte que impressiona com sua força de vontade e fé, que tem Deus dentro do seu coração, que assume o Pai como fonte da vida, que gosta de falar de amor, de deseja amor, que sabe dividir e contemplar a todos, observando sempre aquele que lhe fortalece, seu caminho é o mundo.
O Brasil já está no seu coração e as apresentações em Copacabana, no Rio de Janeiro, e em São Paulo foram uma prova real disso, de uma Claudia que sem perder a ternura e o sentimento de baianidade, sem perder a simplicidade conquistada nas ladeiras do centro histórico de Salvador, onde deu seus primeiros passos como mulher, se tornou a grande estrela nacional para orgulho de todos nós.
É essa mulher encantadora nacional que antes mesmo de completar 30 anos de idade, em plena flor da juventude, que tanta contribuição tem dado a esta cidade na difusão de sua cultura, na divulgação de sua história, na promoção da Bahia, que receberá das mãos desta Casa da Cidadania o título de Cidadã de Salvador.
Esse título Claudia Leitte é também uma recompensa pelo muito que você já fez por Salvador e certamente fará ainda muito mais. Mas é, sobretudo, uma gratidão desta cidade mãe a uma das suas mais belas e encantadoras filhas, uma Oxum da Música, uma Deusa da Bahia.
